
Os casos de acidentes envolvendo escorpiões estão em alta no País. Em 2024, foram registrados mais de 195 mil casos, segundo dados do Ministério da Saúde. As regiões Sudeste e Nordeste concentram a maior parte das ocorrências, mas o risco é nacional, e especialistas reforçam a importância de saber como agir diante de um encontro com o animal.
Fabrício Escarlate, professor de Ciências Biológicas do Centro Universitário de Brasília (CEUB), traz orientações práticas sobre o que fazer ao encontrar um escorpião e os cuidados essenciais para reduzir riscos.
“Os escorpiões são discretos e silenciosos, mas podem ser perigosos. Informação e prevenção são nossas melhores ferramentas”, destaca Escarlate.
Segundo o especialista, o mais importante ao encontrar o animal é manter a calma e evitar o contato direto. Apesar disso, muitos ainda tentam matar o escorpião, atitude que, segundo o especialista, aumenta os riscos.
“O mais seguro é acionar uma equipe de controle de pragas e, enquanto isso, isolar o espaço. Se necessário, utilizar algum objeto longo para conter o animal, sem nunca usar as mãos. O escorpião não vai correr atrás da pessoa nem atacar de forma ativa. Ele tende a fugir ou se esconder”, orienta.
Fabrício destaca que o cuidado também vale ao encontrar o escorpião sem vida, podendo indicar infestação – que está ligada principalmente às condições ambientais. O docente do CEUB cita o caso do escorpião-amarelo, que se reproduz por partenogênese e todas as fêmeas conseguem gerar filhotes sem machos.
“Materiais acumulados, entulho e sujeira atraem baratas, que são a principal fonte de alimento dos escorpiões. Onde há baratas, há chance de escorpião. Nesses casos, é recomendada uma dedetização para maior segurança”, reforça.
Os pets também correm risco
Em caso de picada, a orientação é levar o animal de estimação imediatamente ao veterinário. “Não tente remover o ferrão, não esprema o local nem aplique substâncias caseiras. Só o profissional pode avaliar a gravidade. Mesmo quando não há certeza da picada, a observação é essencial. Mudanças bruscas de comportamento, como apatia ou dificuldade para andar, já são motivo para buscar ajuda”, alerta o professor.
Diante desse cenário, prevenção é a palavra-chave: manter a casa limpa, vedar ralos e frestas, evitar acúmulo de entulho e procurar apoio especializado em caso de suspeita de infestação são medidas fundamentais.