O Coronel Paulo Malhães foi encontrado morto nesta sexta-feira (25), dentro de sua casa num sítio na zona rural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. No mês passado, em um depoimento à Comissão da Verdade, o militar confessou ter participado de sessões de torturas, mortes e desaparecimentos de presos políticos durante a ditadura militar.

Segundo os investigadores da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, três pessoas entraram na casa do ex-coronel, trancaram a mulher dele e o caseiro do local em um dos cômodos e o mataram por sufocamento. Todas as armas que ele mantinha em casa foram levadas. 

O delegado Fábio Salvadoretti, informou que não havia marcas de tiros no corpo, apenas sinais de asfixia. Os policiais da perícia apreenderam um rifle e uma garrucha antiga, e colheram impressões digitais que serão analisadas.

Torturas

No mês passado, em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, Malhães admitiu ter participado de torturas, mortes e desaparecimento de presos políticos, entre eles o ex-deputado Rubens Paiva. Nos relatos, o ex-coronel, que fez parte da equipe que operou, nos anos 1970, a Casa da Morte, que funcionava em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, contou como a repressão fazia para impedir a identificação daqueles que eram mortos.

Segundo Malhães, as vítimas tinham seus dentes quebrados e os dedos, cortados. Assim, não era possível identificar o morto, já que na época não havia exame de DNA.