RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O prefeito Marcelo Crivella (PRB) pretende cortar pela metade a subvenção que o município dá às escolas de samba do Rio de Janeiro. Em um momento de caixa apertado, diz que quer alocar os recursos na educação.
A proposta é mais um capítulo da polêmica relação do prefeito, que é bispo licenciado da Igreja Universal, com o Carnaval. Neste primeiro ano no cargo, rompeu a tradição de entregar a chave da cidade ao rei Momo e se negou a aparecer na Sapucaí.
Crivella nega que o corte seja uma perseguição ao evento, e afirma que se trata de elencar prioridades.
Desde 2016, as escolas do Grupo Especial (as primeiras do ranking) recebem R$ 2 milhões cada uma da prefeitura. Crivella quer cortar o apoio para R$ 1 milhão, valor que a prefeitura aportava até 2016 –a cifra dobrou após as escolas perderem apoios do governo do Estado e da Petrobras, que já viviam crise.
O valor que as escolas deixarão de ganhar corresponde a 17% do orçamento básico delas –em 2017, elas receberam R$ 6 milhões, oriundos do apoio municipal, venda de ingressos, cota de televisão e CDs. As escolas também têm outras fontes de renda, como eventos nas quadras.
Em 2017, a cidade recebeu 1,1 milhão de visitantes e teve uma movimentação financeira da ordem de R$ 3 bilhões proveniente do turismo, segundo a Riotur.
Os recursos, diz a prefeitura, serão aplicados no custo diário per capita das crianças que estão em creches conveniadas. A intenção é dobrar a diária que as instituições recebem por criança, atualmente de R$ 10. Hoje, cerca de 15 mil alunos são atendidos em 158 unidades. A nova diária de R$ 20 deve começar a ser paga a partir de agosto.
Ao jornal “O Globo”, o presidente da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba), Jorge Castanheira, disse que considera a decisão do prefeito um “retrocesso”. “É tratar o Carnaval de maneira muito simplista”, disse.
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