Descendentes de japoneses tem cinco pousadas na Ilha do Bananal

Entre eleas está a Sankay, atingida pelo deslizamento que resultou em dezenas de mortos

Agência Estado

Além da pousada Sankay, atingida pelo deslizamento, cujo dono é casado com uma descendente de japoneses, a enseada do Bananal tem outras cinco pousadas, todas também comandadas por descendentes de japoneses. Com o crescimento do turismo na região, essas famílias, que inicialmente tinham fábricas de sardinha, decidiram mudar de ramo a partir da década de 90, transformando as fábricas em pousadas. Desde então, a praia com 252 moradores vive basicamente do turismo.

Cristina Nakamashi Hadama, neta de japoneses, é dona da Pousada Casa Nova, no canto esquerdo da praia, de 54 quartos, cujo quintal está servindo de base para os helicópteros do governo durante o trabalho de resgate de corpo na região. Ela perdeu o sobrinho Wellington Hadama, de 23 anos, que namorava uma moradora da ilha, também morta na tragédia.

“Meus avós chegaram ao Brasil escondidos em um navio”, diz. Segundo ela, o trabalho com turismo começou quase por acaso com a decadência do mercado de sardinha. “A gente começou trazendo um grupo de amigos, o pessoal foi gostando, fomos melhorando as casas, ganhando dinheiro e construindo.”

Elisabeth de Brito, de 40 anos, que nasceu na ilha, hoje é agente de saúde na praia. “Trabalhei quase a infância toda na fábrica de sardinha”, lembra.

Dois dias após a tragédia na Enseada do Bananal, na Ilha Grande, o governo do Estado anunciou neste domingo uma linha de crédito para donos de pousadas e moradores da região. Os donos de pousadas terão direito a um financiamento de até R$ 50 mil. Para os moradores foi criada uma linha de crédito de até R$ 5 mil. O vice-governador, Luiz Fernando Pezão, disse que o objetivo é ajudar a região enquanto o turismo na praia estiver interditado. “O pessoal vive disso aqui.”