Dois presos fogem do complexo de Pedrinhas no Maranhão

Folhapress

JULIANA COISSI E MARTHA ALVES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Dois presos fugiram da CCPJ (Central de Custódia de Presos de Justiça) do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), na tarde desta segunda-feira (12).
Os detentos Hailton Silva e Fagner Gomes Sena, que estavam no bloco B da unidade prisional, pediram atendimento médico. Segundo a Sejap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária), os detentos renderam os auxiliares penitenciários e o vigilantes quando eram levados à enfermaria.
A secretaria informou que acompanha as investigações sobre o procedimento de segurança no momento da fuga para apurar as responsabilidades.
O Complexo Penitenciário de Pedrinhas foi palco de diversas rebeliões, decapitações de presos e tentativas de fuga desde 2013. Ao todo, 79 mortes de detentos foram registradas nos dois anos.
A violência no sistema prisional gerou uma crise de segurança na gestão da então governadora Roseana Sarney (PMDB), que deixou o cargo no fim de 2014 e antecedeu o atual governador, Flávio Dino (PC do B), além de críticas de organizações internacionais.
TENTATIVA DE RESGATE
Um dia antes desta fuga, a Polícia Militar entrou em confronto com um grupo que planejava resgatar presos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Três homens foram mortos pela PM e outros três presos.
O confronto ocorreu na madrugada de domingo (11) em uma casa onde o grupo estava reunido no Povoado Camboa dos Frades, na Vila Maranhão, a cerca de 15 quilômetros do complexo prisional.
No imóvel, foram apreendidos duas escopetas calibre 12, uma metralhadora mini Uzi, duas pistolas ponto 40, munições, carregadores e dinamites. Segundo o governo, o material apreendido seria utilizado no resgate dos presos.
A PM chegou ao grupo após receber uma denúncia anônima. O serviço de inteligência da corporação, por meio de interceptações telefônicas, também já tinha colhido relatos de que poderia haver uma grande tentativa de resgate de detentos nesta madrugada.
RESGATE
Em abril, oito criminosos atacaram o complexo penitenciários de Pedrinhas com tiros de fuzis e pistolas. A ação foi combinada para facilitar a fuga de detentos.
De acordo com o governo, vários veículos -o número exato não foi divulgado- foram parados em frente ao complexo e os bandidos atiraram contra o prédio. Houve uma troca de tiros com policiais.
À época, quatro presos do Centro de Detenção Provisória conseguiram fugir durante o tiroteio, mas foram capturados foram recapturados pela PM.
REDUÇÃO DE MORTES
Com uma população carcerária de 6.435 presos, o governo do Maranhão informou que conseguiu reduzir em 77,78% o número de mortos em presídios este ano.
Segundo a Sejap, nos primeiros nove meses deste ano foram registradas seis mortes em presídios. No mesmo período do ano passado, 24 detentos foram mortos.
Outro percentual positivo que o governo aponta é na redução de fugas em presídios que foi 77, 27%, também em comparação ao mesmo período de 2014.
O governo informou que está conseguindo cumprir o acordo firmado com o Conselho Nacional de Justiça após a crise prisional no Estado.
Duas unidades prisionais de ressocialização foram entregues em julho nas cidades de Balsas e Açailândia.
Outros presídios nas cidades de Pinheiro, Pedreiras, Timon, Imperatriz e Codó também estão com cerca de 80% da construção pronta.