MANOEL CARDOSO SANTARÉM, PA (FOLHAPRESS) – Familiares das pessoas que estavam a bordo do barco que afundou com cerca de 70 passageiros a bordo, nesta terça-feira (22), no rio Xingu, no Pará, lamentam a falta de informação sobre as vítimas. Até a noite desta quarta (23), dez mortes tinham sido confirmadas e outras 25 pessoas tinham sido resgatadas com vida. Ainda havia, no entanto, mais de 30 desaparecidos, segundo o Corpo de Bombeiros. “O sofrimento da minha família é muito grande, mas eu, minha mãe e meus irmãos, temos esperança de encontrar o nosso pai vivo e com saúde”, afirmou Rafael Batista, filho de Sebastião Soares Batista, 57, comandante da embarcação capitão Ribeiro. Ele mora em Santarém, de onde partiu o barco, e disse que soube da tragédia por amigos. “Ainda não sabemos se estão entre os sobreviventes, os mortos ou os desaparecidos”, afirma ele ao falar sobre a aflição dos familiares. Na tarde desta quarta, eles se deslocaram para a cidade de Porto de Moz, município mais próximo ao ponto do naufrágio, para acompanhar os trabalhos de busca das vítimas. Naufrágio no rio Xingu Rafael afirmou que a embarcação pilotada pelo pai estava regular e possui registro na Capitania dos Portos de Santarém e que o pai era um piloto muito experiente. A Arcon (Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos), autarquia do governo do Pará responsável por regular o transporte intermunicipal, disse mais cedo que o barco fazia o transporte clandestino. A Marinha, em nota, informou que a embarcação estava inscrita junto à Capitania dos Portos de Santarém. O comunicado, contudo, não explica se o barco tinha autorização para o transporte de passageiros. A reportagem não localizou parentes do dono da embarcação, identificado como Almeida. O barco naufragou na noite de terça em uma área denominada de Ponte Grande do Xingu, no rio Xingu, entre as cidades de Porto de Moz e Senador José Porfírio, no sudoeste do Pará. Cerca de 40 pessoas embarcaram em Santarém, mas a maioria não mora na cidade pois se deslocavam de municípios vizinhos. Entre as vítimas estão um adolescente e uma criança de um ano. Será montada na Câmara do município uma estrutura para atendimento à vítimas. A Marinha deslocou o Navio-Patrulha Bocaina para a área a fim de auxiliar nas buscas. Um inquérito administrativo será instaurado pela Capitania dos Portos, para apurar causas do acidente.
Falta de informação nos aflige, diz filho do piloto de barco naufragado
Folhapress
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