A filha do casal Matsunaga, de 1 ano, estava no apartamento na noite em que ocorreu a morte do diretor-executivo da Yoki Marcos Kitano Matsunaga, em 19 de maio, de acordo com a Polícia Civil. A criança estava dormindo em um dos quartos quando o executivo levou um tiro na cabeça após discutir com sua mulher, a bacharel em direito Elize Araújo Kitano Matsunaga, segundo confissão dela à polícia. Peritos realizaram uma reconstitução do crime na noite desta quarta-feira (6).
A babá havia sido dispensada por Elize horas antes do crime. “A nova babá chegou às 5h e não percebeu nada”, afirmou nesta quinta-feira (7) o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Jorge Carlos Carrasco. Em nenhum momento os vizinhos foram procurados pela bacharel em direito, afirma Carrasco.
A criança acordou por volta das 6h30, segundo o advogado da família da vítima, Luiz Flávio D’Urso. Neste horário, a nova babá já havia chegado e estava no quarto para cuidar da menina. “No momento em que houve o disparo, estavam os três no apartamento, disse D’Urso, referindo-se ao casal e à filha.
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Depois que chegou essa babá, na manhã do dia seguinte, é que a Elize foi para o quarto onde estava Marcos [diretor da Yoki]. Foi aí que, até segundo a própria confissão, ela começou o esquartejamento, disse D’Urso.
A criança ficou com a babá no apartamento durante as 12 horas em que Elize esteve fora do prédio, no dia 20 de maio, afirma o advogado. A bacharel, que também é técnica em enfermagem, saiu levando três malas contendo as partes do corpo do diretor-executivo.
A polícia não divulgou se já colheu o depoimento das duas babás – a que foi dispensada no dia 19 de maio e a que chegou na manhã do dia 20. Nesta quinta-feira (7), ainda de acordo com o advogado D’Urso, a filha do casal estava no apartamento onde ocorreu o crime, na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo. Como já houve a perícia, o apartamento foi liberado, disse. A criança estava no local sob os cuidados de uma tia materna e passava bem.
O advogado afirmou que os familiares de Marcos ainda não pararam para discutir se irão pedir a guarda da criança. Segundo D’Urso, eles estão aguardando o final das investigações policiais para pensar no assunto.
Após prestar depoimento durante oito horas na sede do DHPP e ter confessado ser autora do homicídio e esquartejamento, Elize foi levada ao edifício onde morava com Marcos e a filha. Ela chegou ao local por volta das 20h55 de quarta-feira (6). Peritos já estavam no apartamento para seguir com o trabalho iniciado na noite de segunda (5), quando utilizaram o luminol, um reagente químico, para procurar manchas de sangue na cozinha, no quarto do casal e na área de serviço. Desta vez, os reagentes foram utilizados nos cômodos apontados por Elize.