FABRÍCIO LOBEL SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Secretaria dos Transportes Metropolitanos do governo Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou nesta segunda-feira (3) que está analisando informações repassadas pelo consórcio Move SP para a retomada das obras da linha 6-laranja, conhecida como a “linha das universidades”. O empreendimento deverá ligar o bairro da Brasilândia, na periferia da zona norte de São Paulo, à estação São Joaquim da linha 1-azul (no centro), passando por campi de instituições como Faap, Mackenzie e FMU.
O consórcio vencedor da licitação ocorrida em 2013 está com obras paradas desde setembro do ano passado por falta de recursos. As empreiteiras tinham até a última sexta-feira (30) para apresentar dados financeiros que garantissem a volta aos trabalhos. Caso não conseguissem, o contrato com o governo do Estado poderia ser cancelado e uma nova licitação teria que ser feita para a conclusão da linha. Neste caso, há risco de alongamento do prazo de entrega das estações, atualmente prevista para 2020, e de encarecimento da obra, orçada em R$ 9,6 bilhões. Três das empreiteiras do consórcio Move SP (Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC Engenharia) estão sendo investigadas pela Lava Jato pelo pagamento de propinas a políticos, o que inviabilizou a obtenção de financiamentos.
Desde setembro, o governo do Estado tem prorrogado prazos para que o consórcio Move SP conseguisse apoio financeiro e voltasse a tocar o empreendimento. Mas as empreiteiras não conseguiram solucionar a falta de recursos. Embora ainda não tenha obtido empréstimos, na última semana o consórcio informou ao governo que está tentando financiamento de longo prazo. Agora, na prática, a análise que está sendo conduzida pelo governo do Estado adia o impasse sobre a volta das obras. Prometida durante a campanha de Alckmin, a linha 6-laranja é apenas uma das seis obras de expansão do Metrô. Todas estão atrasadas.