Investigação em batalhão no Rio teve origem em delação premiada

Folhapress

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Beneficiado por uma delação premiada, um “recolhedor de propina do tráfico” foi o responsável pela prisão de dezenas de policiais na megaoperação desta quinta-feira (29). O acordo é o primeiro no Rio num inquérito envolvendo a prisão de policiais e traficantes. Segundo os investigadores, o “recolhedor” foi preso em fevereiro do ano passado por acaso, durante a reconstituição de um homicídio numa das principais vias de São Gonçalo. Foi rendido dirigindo um carro ao sair de uma comunidade próxima do local da reconstituição e preso com R$ 20 mil, três pistolas, drogas e um celular. Em depoimento, ele disse que tinha ido oferecer armas apreendidas pelos policiais do 7º Batalhão a traficantes. Na delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, os investigadores se surpreenderam com a agenda do celular do preso, que tinha dezenas de telefones de policiais e traficantes da cidade. A partir daí, promotores pactuaram um acordo de delação premiada, e os policiais conseguiram rastrear a série de crimes praticada pelos agentes. Pelo acordo, que já foi homologado, o delator deverá ter a sua pena reduzida. Na quarta (28), outros dois “recolhedores” foram presos. Eles também negociam um acordo de delação premiada. Homens de confiança dos policiais, os “recolhedores” faziam a ponte com os traficantes.