Líder de greve da PM na Bahia é preso pela Polícia Federal

Folhapress

Por André Uzêda e João Pedro Pitombo

SALVADOR, BA, 18 de abril (Folhapress) – Um dia depois do acordo que encerrou a greve da Polícia Militar da Bahia, o principal líder da paralisação, soldado Marco Prisco, foi preso na tarde de ONTEM.

Vereador em Salvador pelo PSDB e diretor-geral da Aspra, uma das associações de policiais que encabeçaram o movimento grevista, Prisco foi detido pela Polícia Federal em um resort na região da Costa do Sauípe (no litoral norte da Bahia), segundo informações do Ministério Público Federal.

A prisão, segundo a Procuradoria, que fez o pedido, não tem relação com a greve desta semana, mas com a paralisação anterior da categoria, em 2012.

O Ministério Público Federal move desde abril de 2013 uma ação penal que resultou na denúncia de Prisco e de outras seis pessoas sob acusação de crimes cometidos durante a greve anterior da PM baiana, que durou 12 dias entre janeiro e fevereiro de 2012.

O pedido de prisão preventiva do soldado foi feito na última segunda-feira. Na terça-feira, dia em que começou a greve, a Justiça Federal acolheu o pleito da Procuradoria.

Em nota, o MPF afirmou que Prisco é processado por “crime político grave” e quer a intenção do pedido de prisão foi “garantir a ordem pública”. O vereador será levado para Brasília, onde ficará no Complexo Penitenciário da Papuda. Qualquer recurso contra sua detenção, segundo o MPF, só poderá ser ajuizado no STF (Supremo Tribunal Federal).

O setor de comunicação da Polícia Federal na Bahia confirmou a prisão de Marco Prisco a pedido da 17ª Vara Federal de Salvador. O vereador foi levado para o aeroporto da capital baiana, de onde segue para Brasília.

Prisco já havia sido preso após comandar a greve de 2012 da PMs. Durante o movimento, ele liderou uma ocupação na Assembleia Legislativa do Estado. Detido ao desocupar a Casa, ele permaneceu mais de 40 dias preso.

O vice-presidente da Aspra, Fábio Brito, disse que Prisco foi levado de helicóptero pela PF até o aeroporto de Salvador. O mandado de prisão, segundo ele, determina detenção de 90 dias em um presídio federal de segurança máxima.

O advogado da Aspra, Diamerson Thiago, classificou a prisão como “arbitrária e ilegal”.

“Estamos ingressando com um pedido de soltura dele amanhã mesmo em Brasília. Não se pode esquecer que Prisco é vereador de uma capital, um poder constituído, e não pode ser preso em um presídio de segurança máxima em uma prisão temporária”, disse.