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Exercício da Marinha do Brasil (Divulgação/Marinha do Brasil)

 Nesta semana Marinha do Brasil (MB) realizou a segunda edição do Exercício de Proteção de Cabos Submarinos, no litoral de Fortaleza (CE). Durante o exercício, foram testados protocolos de vigilância marítima, procedimentos de comunicação entre agências, capacidade de detecção de atividades suspeitas e tempo de resposta a emergências.

A atividade teve como objetivo fortalecer a proteção de infraestruturas críticas essenciais à soberania digital, à segurança cibernética e à integridade das comunicações do País.

Para o 2º Exercício de Proteção de Cabos Submarinos, a MB mobilizou 385 militares e 23 meios. O Navio de Socorro Submarino (NSS) “Guillobel” (K120), que vem sendo empregado em ações de proteção de cabos submarinos, desempenhou o papel de embarcação em atividade suspeita sobre o cabo submarino da empresa de telecomunicações Angola Cables, a cerca de 90km da costa da capital cearense.

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(Marinha do Brasil)

A simulação contou com a participação da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), que empregou um veículo submarino operado remotamente (ROV), desenvolvido no País pela BRS Robótica Submarina. O ROV foi equipado com sonar multi-feixe de 1,2 MHz e dois side scan de 450 MHz, permitindo a varredura do leito marinho e possibilitando a identificação do cabo.

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O NSS “Guillobel” Fonte: Agência Marinha de Notícias (Acesse: https://www.agencia.marinha.mil.br/)

Além do NSS “Guillobel”, integram a operação o Submarino “Humaitá” (S41), o helicóptero SH-16 “Seahawk” e o Avião de Patrulha da Força Aérea Brasileira P-95 “Bandeirulha”, que treinaram ações de inteligência, vigilância, reconhecimento e interceptação do navio em alto-mar.

Os dados obtidos por esses meios permitiram ao Centro de Guerra Acústica e Eletrônica da Marinha fornecer ao Comando do 3º Distrito Naval informações críveis sobre atividade ilícita na costa brasileira, levando à decisão de abordar o navio suspeito. Um destacamento de Mergulhadores de Combate, apoiado pelas embarcações da Capitania dos Portos do Ceará, interceptou a embarcação e realizou a abordagem, com apoio do Núcleo Especial da Polícia Marítima (NEPOM), da Polícia Federal.

“Esse tipo de operação possibilita simular as condições de um navio que intencionalmente busque sabotar os cabos submarinos e desta maneira fornece informações para que nosso País, por meio da Marinha, possa se preparar para o monitoramento e a resposta a uma ação dessa natureza”, avalia o Secretário de Acompanhamento e Gestão de Assuntos Estratégicos do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Contra-Almirante André Conde.

A operação contou com a participação de diversos órgãos públicos e entidades privadas, incluindo o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), a Polícia Federal, a Companhia Docas do Ceará (CDC), a Polícia Civil do Estado do Ceará, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a Polícia Militar do Estado do Ceará (PM/CE), a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), a Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras), os Ministérios da Defesa e das Comunicações, a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e empresas privadas desse segmento, tais como: Telxius, Azion, Claro, Sparkle, V.Tal-Globenet, Seaborn, Angola Cables e empresas correlacionadas com o tema como: Blue Marine, Emgepron, Backbone, BRS Robótica, Tidewise e Tecto.

Nos primeiros dias, foi realizada a fase terrestre do treinamento, com simulação de retomada de um data center da empresa de telecomunicações Angola Cables, sob ameaça de criminosos com reféns. A ação simulada foi contida por uma equipe de Comandos Anfíbios, enquanto a área era isolada por militares do Grupo-Tarefa de Operações Litorâneas. Houve, ainda, a proteção de outros locais de interesse, como o beach manhole — instalação subterrânea fixada na praia, onde os cabos submarinos se conectam aos cabos terrestres — e a estação terrestre de cabos, ponto de onde os dados recebidos são transferidos e distribuídos.

Com informações Marinha do Brasil