P-54 é uma das maiores plataformas de produção marítima de petróleo do mundo

Estrutura exigiu investimentos de cerca de US$ 900 milhões

Nielmar de Oliveira

Rio de Janeiro – A plataforma P-54 da Petrobras que será batizada na tarde de hoje no estaleiro Mauá-Jurong, em Niterói (RJ), é uma das maiores unidades de produção offshore (fora de terra firme) do mundo.

Com capacidade de produção de 180 mil barris de petróleo por dia, a P-54 exigiu investimentos de cerca de US$ 900 milhões e será instalada no Campo de Roncador, na Bacia de Campos.

Além da P-54, a Petrobras põe em produção em Campos, ainda neste ano, a P-52. Com as duas plataformas, a produção ganhará reforço de 360 mil barris de petróleo e 15 milhões de metros cúbicos de gás por dia – volume equivalente a 20% da produção atual da companhia no Brasil.

Além da produção de 180 mil barris de petróleo por dia, a P-54 terá capacidade de comprimir até 6 milhões de metros cúbicos diários de gás natural.

A Bacia de Campos – que no último dia 13 completou 30 anos de atividade – é a maior província petrolífera do país, respondendo atualmente por mais de 80% da produção nacional de petróleo, que no mês passado ficou em 1,815 milhão de barris/dia.

Da Bacia de Campos são extraídos diariamente cerca de 1,49 milhão de barris de óleo e 22 milhões de metros cúbicos de gás, e seu potencial ainda está longe de se esgotar. A previsão da companhia e chegar a 2010 produzindo 1,8 milhão de barris de óleo por dia e 34,6 milhões de metros cúbicos de gás.

De acordo com informações da Petrobras, a contribuição da Bacia de Campos foi fundamental para o equilíbrio da balança comercial brasileira. Em 1981, quando o consumo nacional de petróleo era de apenas 1,117 milhão de barris por dia, o Brasil gastou US$ 11,7 bilhões com importações de petróleo. Na época, o país produzia apenas 213 mil barris diários – cerca de 19% do volume necessário para suprir a demanda interna.

Segundo a Petrobras o primeiro campo com volume comercial descoberto na Bacia de Campos foi Garoupa, em 1974, a uma profundidade de 100 metros entre a superfície e o leito marinho. No ano seguinte era descoberto o campo de Namorado e, em 1976, o de Enchova. Foi ali, em Enchova, no dia 13 de agosto de 1977, que teve início a produção comercial de petróleo na Bacia de Campos.

Com 45 campos em produção espalhados por 100 mil quilômetros quadrados, a Bacia de Campos estende-se do Espírito Santo, nas imediações da cidade de Vitória, até Arraial do Cabo, no litoral norte do Rio de Janeiro. Nessa bacia, a Petrobras montou um dos maiores complexos petrolíferos do mundo. São cerca de 2.350 poços perfurados em busca de petróleo e gás, 45 plataformas marítimas das quais 41 de produção e quatro de processamento de petróleo.

Embora já tenha produzido em toda sua trajetória mais de 6,5 bilhões de barris de óleo e gás, a Petrobras ressalta que a Bacia de Campos abriga ainda cerca de 80% das reservas de petróleo já descobertas pela Petrobras no Brasil.

Além da sua importância para o país pelo volume de óleo produzido, a Bacia de Campos já tem contabilizado significativos recordes mundiais de lâminas d’água na exploração e produção de petróleo.