
Dá para perdoar uma traição amorosa? Para 52% dos brasileiros, ou 80 milhões de pessoas, é possível, sim, dependendo da situação. Porém, outros 39% afirmam que nunca perdoariam o ato e 9% afirmam que sempre perdoariam. É o que aponta a pesquisa “Percepções sobre a traição”, realizada pelo Instituto Locomotiva e QuestionPro. O estudo ainda mostra que quase metade dos entrevistados já descobriram que foram traídos, o que representa mais de 72 milhões, e que um em cada cinco tiveram uma desconfiança, mas nunca descobriram.
De acordo com a pesquisa, quatro em cada 10 entrevistados, 55 milhões de pessoas, admitem já terem traído em algum relacionamento. Deste total, apenas 15% relatam terem sido descobertos.
A discrepância de gênero também está presente quando o assunto é deslealdade, já que homens se declaram mais infiéis (42%), em comparação com 29% das mulheres. Por outro lado, as mulheres relatam mais casos de infidelidade do parceiro(a) em seus relacionamentos (56%). Entre as gerações, a Z (de 18 a 29 anos) é a que menos perdoaria o ato, com 51%. Já os mais velhos, os baby boomers (61 anos ou mais), são mais tolerantes em relação ao tema, com apenas 33% relatando que não perdoaria uma traição.
“É interessante observar que, apesar da dor associada à traição, uma parcela significativa dos brasileiros acredita na possibilidade do perdão, dependendo da situação. Isso pode estar relacionado a vários fatores, desde a tentativa de preservar um relacionamento de longa data em detrimento de um erro até a dependência emocional e financeira. Além disso, a educação e a cultura desempenham um papel fundamental na forma como os homens percebem a traição, muitas vezes legitimando comportamentos desleais. Esse viés é evidente, com os homens se declarando mais infiéis do que as mulheres”, afirma o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles.
A pesquisa entrevistou 1.500 pessoas, entre homens e mulheres com mais de 18 anos, no período de 13 a 24 de maio, em todo o Brasil.