Se você acha que separar o lixo é suficiente para ter o seu papel cumprido com o meio ambiente, pode estar se enganando quando coloca o plástico na cesta dos recicláveis. Isso porque se o plástico estiver sujo com resto de comida, por exemplo, ele vai chegar até a usina de reciclagem e será descartado. O destino mais provável, então, será o aterro sanitário.
“Para colocar o material junto com os recicláveis, ele precisa estar limpo. Se estiver com resto de comida ou a bandeja de carne com sangue, ou ela é limpa, ou do contrário deve ir para o lixo orgânico”, informa o empresário Rosalvo Prates, proprietário da empresa de reciclagem Mennopar, em Pinhais. Portanto, separar o plástico é apenas o primeiro passo dentro de muitos para ele se tornar um novo produto.
A reciclagem do plástico acontece em três etapas, levando em consideração que no Brasil utiliza-se o processo mecânico: a separação do material (terciária), moagem/lavagem (secundária) e extrusão (primária). Isso se ele não estiver contaminado por restos.
Na primeira fase, coleta-se o material e faz-se a separação: garrafas pet para um lado, sacolas de supermercado para outro, material colorido para lá, transparente para cá. Essa parte acontece manualmente, com funcionários separando todos os tipos de plásticos. A fase terciária é muito importante: se algo estiver misturado, pode-se perder tudo o que já foi feito.
Após a divisão de materiais, o plástico é novamente lavado, moído e seco. Essa etapa acontece em uma grande máquina onde tudo pela esteira com água para ser limpo.
A fase primária, conhecida como extrusão, nada mais é do que o derretimento do plástico que dará origem ao novo material. Em um outro maquinário, o plástico é colocado a uma temperatura de 270ºC, derretido e picado novamente, e pronto para a indústria de transformação.
Ao contrário do que se pensa, produtos feitos com plástico reciclado não são de menor qualidade. O produto pode ser infinitamente reciclado. O empresário diz que o trabalho de separação feito em casa é muito importante para a indústria de reciclagem, mas alerta: “Mais do que separar, as pessoas precisam fazer isso corretamente”.
O Paraná conta com mais de 200 empresas de reciclagem de resinas termoplásticas, que juntas reciclam 100 mil toneladas de plástico e geram três mil empregos diretos e mais de dez mil indiretos. O quilo do material reciclado é vendido para a indústria de transformação pelo preço que varia de R$ 1,60 a R$ 2,80, dependendo da qualidade do material.