Varíola do macaco já atinge crianças. Saiba mais detalhes

Redação Bem Paraná

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Os Estados Unidos registraram pela primeira vez dois casos de varíola dos macacos (monkeypox) em crianças. A informação foi divulgada pelo CDC, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do país. De acordo com as autoridades americanas,  na última sexta-feira (25), os casos são de uma criança no estado Califórnia e de outra que não é residente do país. A agência disse ainda que ambas estão bem de saúde e que estão sendo tratadas. Os casos não estão relacionados entre si e são “provavelmente o resultado de transmissão doméstica”, informou o Centro, em um comunicado. A Holanda também confirmou um caso em criança.

Durante uma conferência virtual, a vice-diretora da divisão de patógenos e patologia de alta consequência do CDC, Jennifer McQuiston, afirmou que não é uma surpresa que casos pediátricos de varíola tenham surgido nesse momento, mas acrescentou que “não há evidências até o momento de que estamos vendo esse vírus se espalhar para fora” das comunidades de gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH).

A Organização Mundial da Saúde (OMS), contudo, afirma que qualquer pessoa pode contrair ou transmitir a varíola dos macacos, independentemente de sua sexualidade, e que “estigmatizar as pessoas por causa de uma doença nunca é okay”.

O Ministério da Saúde informou, nesta segunda-feira (25), que o Brasil tem 696 casos de monkeypox confirmados. Desses, 506 estão em São Paulo, 102 no Rio de Janeiro e 33 em Minas Gerais. Outros 14 estão em Goiás, 13 no Distrito Federal e 11 no Paraná. A Bahia, o Rio Grande do Sul e Pernambuco têm 3 casos cada. O Ceará, o Rio Grande do Norte e o Espírito Santo têm 2 casos cada. Mato Grosso do Sul e Santa Catarina têm um caso confirmado cada.

Doença não é transmitida somente pelo contato íntimo

Especialistas também lembram que a monkeypox não pode ser considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), tendo em vista que a doença também é transmitida por contato próximo (face a face, pele a pele, etc.) ou até mesmo por superfícies contaminadas, como roupas, toalhas, lençóis.

Andrea Paula Bruno von Zuben, professora de epidemiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), explica ainda que o contato sexual é um contato íntimo e prolongado, por isso, como a monkeypox é transmitida por secreções, lesões, ou por via respiratória, a transmissão por esse tipo de contato está aumentando entre HSH.
  “Então, [a varíola dos macacos] não é considerada uma IST até esse momento porque não foi provada essa transmissão por fluido sexual. Por enquanto, é isso o que a literatura fala epidemiologicamente é isso o que a gente entende”, diz.

No último sábado (25), o OMS declarou a varíola dos macacos como uma emergência de saúde pública de interesse internacional, medida que ajuda os países membros da entidade a concentrarem seus esforços no combate a doença, que já soma mais de 16 mil casos em 75 países.

A doença costuma causar os seguintes sintomas iniciais:

    febre
    dor de cabeça
    dores musculares
    dor nas costas
    gânglios (linfonodos) inchados
    calafrios
    exaustão

 Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.

As lesões passam por cinco estágios antes de cair, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A doença geralmente dura de 2 a 4 semanas.