Uma brasileira morreu atropelada em Lisboa, Portugal, na última quinta-feira (25). Flávia Vasconcelos de Mello, tinha 36 anos, e era bióloga. Ela foi atropelada enquanto atravessava na faixa de pedestres de uma avenida em Lisboa, onde morava com o namorado, Yago Bezerra.
Na sua conta do Instagram, Yago publicou uma série de stories com mensagens de despedida de Flávia.
“Perdi a pessoa que sentia o prazer de me fazer feliz. Com você, me senti o homem mais amado nesta vida. Estou sem chão, só queria que tudo isso fosse um pesadelo”, disse ele em um post.
“Eu amo cada detalhe seu, meu amor. Um deles era o seu sorriso, eu sou completamente apaixonado. Não estou sabendo entender o por que que a vida é assim. Eu vou sentir a sua falta pelo resto da minha vida, e nada apagará o que nós vivemos”, declarou em outro.
Nas redes sociais, Flávia se descrevia como bióloga, cientista e doutora em ecologia. Ela também se orgulhava de ter viajado para 50 países.
Para ajudar no traslado do corpo de Flávia para o Brasil, a amiga Priscila Rodrigues Justo do Nascimento abriu uma vaquinha online e conseguiu superar o valor de R$ 100 mil pedido. Até a noite deste sábado (27), já havia sido arrecadado o total de R$ 122.250,26, que será utilizado para pagar as passagens das irmãs e dos pais, que vão para o país europeu para acompanhar os trâmites legais, além de custear o traslado e o velório.
“Flávia era uma mulher alegre, generosa e cheia de sonhos — sua partida repentina nos deixou devastados”, disse a amiga no texto da vaquinha. “Vamos juntos ajudar a Flávia a voltar para casa. Obrigada pelo apoio e carinho.”
Bióloga era formada pela UFRJ
Era formada em biologia na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde também terminou o doutorado em biologia ambiental. Do fim de 2019 a 2021 ela fez pós-doutorado em pesquisa na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto.
Em 2022 ela se mudou para Lisboa, onde começou a trabalhar como pesquisadora. Há sete meses, comemorava ter conseguido uma vaga de pesquisadora assistente no Mare (Centro de Ciências do Mar e do Ambiente) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, integrando o Laboratório BiotoxLab. No local, ela desenvolvia a sua investigação em contaminantes ambientais, ecotoxicologia e impacto de poluentes em ecossistemas aquáticos.
Também se destacou em investigações de relevo internacional, como o estudo de poluentes orgânicos persistentes em aves marinhas da Antártida, que lhe valeram distinções acadêmicas, incluindo o prêmio Bolsista Nota 10 da Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro), em 2017.
“A sua dedicação, competência e espírito colaborativo marcaram profundamente colegas e estudantes, deixando um legado de ciência e amizade que permanecerá entre nós. Será sempre lembrada pela sua energia contagiante, pela alegria de viver e pelo humor inconfundível, qualidades que levava consigo também nas suas viagens, uma das suas grandes paixões”, declarou a direção do Mare em seu site oficial.