Conhecida há décadas por suas uvas premiadas, Marialva, no Norte do Paraná, agora tem outro motivo para brindar: as cervejas artesanais. O município, famoso por seus vinhedos, vem ganhando destaque no cenário cervejeiro paranaense graças ao talento de produtores locais que transformaram um hobby em paixão premiada.
Durante o V Concurso Paranaense da Cerveja Caseira, realizado em setembro em Maringá, os marialvenses Dionísio André de Souza, o “Mineiro”, e Rafael Ayres Baena conquistaram seis medalhas no total.
Mineiro levou quatro prêmios, incluindo ouro nas categorias Pale Lager, Wild Sour e Fruit Spice, além de bronze em Wild Sour. A cerveja que mais chamou atenção foi a Fruit Spice, feita com uvas da variedade Isabel, colhidas em uma propriedade rural da própria Marialva.
Uma das criações de Mineiro também foi eleita a melhor cerveja do concurso, levando o ouro no Best Of Show, que reúne apenas os vencedores de ouro de cada categoria.
Baena, por sua vez, garantiu medalha de ouro na categoria Dark Ale, com uma potente Russian Imperial Stout, cerveja escura e encorpada que impressionou os jurados.
O evento foi promovido pela Concerva – Associação dos Cervejeiros Caseiros de Maringá e Região, da qual ambos são associados. A competição avaliou mais de 130 amostras de produtores do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, analisadas por um time de jurados experientes vindos de várias regiões, inclusive do Paraguai.
Paixão que começou na pandemia
Tanto Mineiro quanto Baena começaram a produzir cerveja em 2020, durante a pandemia da Covid-19. O que começou como passatempo rapidamente virou destaque estadual.
Mineiro, que é cozinheiro de profissão, já soma mais de 20 medalhas conquistadas em concursos pelo Brasil. Baena, professor de educação física, conquistou sua primeira medalha em 2024 e hoje já acumula nove premiações. Em várias ocasiões, as cervejas criadas em parceria pelos dois também foram premiadas.
Cerveja premiada, mas sem fins comerciais
Apesar do sucesso, as produções de Mineiro e Baena continuam sem fins comerciais. Por serem caseiras, as bebidas não podem ser vendidas, conforme as normas sanitárias brasileiras. As criações são destinadas ao consumo doméstico, concursos e encontros entre cervejeiros, onde trocam experiências e compartilham suas produções.