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Desabamento de supermercado em Pontal do Paraná (Foto: Bombeiros)

Três pessoas serão indiciadas pelos crimes de homicídio culposo e lesões corporais culposas no desabamento da laje do supermercado em Pontal do Paraná, no Litoral do Estado. Segundo as investigações o proprietário da construtora deve responder ainda por imperícia, já o dono do supermercado por imprudência e o responsável pela obra por negligência.
A obra foi inaugurada sem ter o alvará de funcionamento, conforme apurado pelo delegado Jader Roberto, responsável pelo caso. “Até o momento, a Prefeitura de Pontal do Paraná não respondeu o ofício da Polícia Civil no qual requisitou a apresentação de alvará de funcionamento”, disse.

Questionado sobre o fato de ter ocorrido imprudência na inauguração sem o documento de liberação do empreendimento, o delegado afirmo que sim. “Sem a menor sombra de dúvida”, disse. ” Sobre a presença de autoridades municipais públicas no evento de inauguração de um empreendimento sem alvará, o delegado disse que “não cabe à Polícia Civil fazer qualquer análise.”

Essa conclusão consta do inquérito policial apresentado pela Polícia Civil do Paraná (PCPR) nesta manhã de quinta-feira, 8 de maio. Os laudos complementares foram apresentados pela Polícia Científica do Paraná (PCP) nesta semana.

O fato ocorreu no dia 22 de março deste ano. Na ocasião três pessoas morreram e 12 ficaram feridas.

Investigação apontou presença de madeira entre vigas

As investigações tiveram o apoio da PCP. Durante as diligências, policiais civis realizaram diligências especializadas e oitivas de envolvidos e testemunhas, já os policiais científicos utilizaram análises técnicas a fim de concluir os laudos periciais que auxiliaram na conclusão da investigação da PCPR.

O perito criminal Luis Noboru Marukawa explicou que foram encontradas ‘gambiarras’ na obra. “Verificamos também a presença de uma gambiarra, que era uma madeira colocada calçando a viga e o pilar”, disse. Essa madeira foi colocada em um espaçamento que ficou entre a viga e o pilar, o que não poderia ocorrer, segundo a explicação do perito.

Além desta irregularidade, Marukawa citou o fato que várias peças estruturais não teriam seguido as normas técnicas para a devida cura. Uma delas, citada pelo perito, trata de um processo chamado de grauteamento, que traduzido de modo simples, seria o processo de ‘cola’ entre dois pilares colocados lado a lado para formar a base de uma laje. Pelas normas esses pilares precisam de uma massa ou ‘malha’ para se unirem e, assim, oferecerem maior resistência.