Denunciado no inquĂ©rito do golpe, o coronel Marcelo Costa CĂ¢mara, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), informou nesta quinta-feira, 6, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que vai se defender “no momento oportuno, caso seja necessĂ¡rio”. Termina nesta sexta, 7, o prazo para as defesas apresentarem seus argumentos para tentar convencer os ministros a rejeitar a acusaĂ§Ă£o. Se a denĂºncia for recebida, os rĂ©us terĂ£o uma nova oportunidade de rebater as acusações.
Na manifestaĂ§Ă£o enviada ao STF, o criminalista Eduardo Kuntz, que representa o coronel Marcelo CĂ¢mara, defendeu que a denĂºncia deve ser rejeitada por “inĂ©pcia formal”.
O advogado afirma que as acusações sĂ£o genĂ©ricas e imprecisas e que o coronel “tem o direito de ser informado do inteiro teor dos fatos de que estĂ¡ sendo acusado de forma certa e pormenorizada para que possa contraditĂ¡-los”.
“A denĂºncia genĂ©rica e indeterminada, tal como formulada, impõem ao rĂ©u um Ă´nus de responder a conjecturas indeterminadas contra si lançadas, sem que ele saiba o que exatamente teria ocorrido e por que teria de responder por tais fatos”, afirma o criminalista.
A defesa tambĂ©m insiste que nĂ£o teve acesso a todas as provas da investigaĂ§Ă£o, como a Ăntegra das conversas obtidas nos celulares apreendidos pela PolĂcia Federal.
O coronel ainda negou ter monitorado o ministro Alexandre de Moraes: “O correto Ă© ‘acompanhamento por fontes abertas'”, alega a defesa. “O que hĂ¡ de ilegal em fazer pesquisas atravĂ©s de fontes abertas, entenda-se: google, telefonemas, agendas pĂºblicas?”
Os ministros da Primeira Turma do STF vĂ£o analisar se hĂ¡ elementos mĂnimos para abrir uma aĂ§Ă£o penal contra os 34 denunciados. Se o processo for aberto, o mĂ©rito sĂ³ serĂ¡ julgado depois da instruĂ§Ă£o da aĂ§Ă£o, quando sĂ£o ouvidas testemunhas e os prĂ³prios rĂ©us.