No primeiro dia de greve, os bancĂ¡rios fecharam pelo menos 212 das 509 agĂªncias bancĂ¡rias em Curitiba e RegiĂ£o Metropolitana, onde 13 centros administrativos tambĂ©m nĂ£o abriram. No Estado, ficaram fechadas  366  das 1.537 agĂªncias e no PaĂ­s, 5.132 agĂªncias.  O balanço, feito pela Contraf-CUT com base nos dados enviados atĂ© as 17h30 pelos 137 sindicatos que integram o Comando Nacional dos BancĂ¡rios, mostra que a paralisaĂ§Ă£o começou mais forte que a do ano passado, quando 4.191 agĂªncias foram paralisadas no primeiro dia.
Os bancos empurraram os bancĂ¡rios para a greve com sua postura intransigente – e vĂ£o se surpreender. A forte paralisaĂ§Ă£o, inclusive nos bancos privados, mostra a indignaĂ§Ă£o da categoria com a recusa dos banqueiros em atender nossas reivindicações, propondo apenas 6% de reajuste, ao mesmo tempo em que aumentam em 9,7% a remuneraĂ§Ă£o jĂ¡ milionĂ¡ria de seus altos executivos, que chegam a receber R$ 8,4 milhões por ano, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos BancĂ¡rios.
Com os bancos fechados, os consumidores apelaram paras as casas lotĂ©ricas que registraram aumento de movimento de atĂ©15% na regiĂ£o Central de Curitiba. Os caixas eletrĂ´nicos funcionaram normalmente. Em algumas agĂªncias centrais, no entanto, faltaram envelopes para depĂ³sitos.
Os bancĂ¡rios aprovaram greve por tempo indeterminado nas assembleias realizadas em todo o paĂ­s no dia 12 de setembro, depois de cinco rodadas duplas de negociaĂ§Ă£o com a Fenaban. Os bancos apresentaram a Ăºnica proposta no dia 28 de agosto. O Ă­ndice de 6% foi considerado insuficiente pelo Comando Nacional. A Contraf-CUT enviou cartas Ă  Fenaban e aos bancos no dia 5 de setembro para reafirmar que apostava no processo de negociaĂ§Ă£o e aguardava uma nova proposta para ser apreciada pelas assembleias previamente convocadas para os dias 12 e 17 de setembro. Mas a federaĂ§Ă£o e os bancos sequer responderam Ă s cartas. Esse longo silĂªncio dos banqueiros Ă© que levou Ă  greve. Continuamos abertos Ă  retomada das negociações e aguardamos que a Fenaban rompa o silĂªncio e apresente uma proposta decente para apresentarmos Ă s assembleias. Se isso nĂ£o ocorrer, vamos intensificar a mobilizaĂ§Ă£o e fazer a maior greve dos Ăºltimos anos para garantir avanços econĂ´micos e sociais, conclui Carlos Cordeiro.
Reivindicações — Entre as reivindicações dos bancĂ¡rios estĂ£o o reajuste de 10,25% nos salĂ¡rios (aumento real de 5%), uma participaĂ§Ă£o nos resultados equivalente a trĂªs salĂ¡rios mais R$ 4.961,25 fixos, piso salarial de R$ 2.416,38, criaĂ§Ă£o do 13º auxĂ­lio-refeiĂ§Ă£o e aumento dos benefĂ­cios jĂ¡ existentes para R$ 622, fim da rotatividade e das metas “abusivas”, melhores condições de saĂºde e trabalho e mais segurança nas agĂªncias.
A FederaĂ§Ă£o Nacional dos Bancos (Fenaban) afirmou, em nota oficial publicada ontem, que lamenta a decisĂ£o dos bancĂ¡rios de deflagrarem greve por tempo indeterminado. Segundo o comunicado, a Fenaban confia no diĂ¡logo.