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Centro de Curitiba é o bairro mais procurado por quem quer alugar um imóvel, seja ele residencial ou comercial (Foto: Luís Pedruco)

O Centro é o bairro de Curitiba mais procurado por quem vai alugar um imóvel na Capital, seja ele residencial ou comercial. É o que revelam dados levantados pelo Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi-PR), os quais apontam que o bairro central lidera entre os endereços mais buscados por quem alugou um imóvel residencial ou comercial na cidade em novembro do ano passado, respondendo por 14,1% e 24,4% das negociações efetivadas, respectivamente.

Para se ter uma dimensão do que esse porcentual representa, as locações residenciais são mais demandadas, depois do Centro, nos bairros Água Verde (6,2%), Boa Vista e Portão (3,7% cada), Rebouças (3,5%), Cristo Rei (3,3%), Novo Mundo (3,1%) e CIC (2,9%). Já entre os endereços comerciais, o Água Verde é quem fica com a segunda posição (17,1%), seguido do Centro Cívico (6,1%), Batel e Cristo Rei (ambos com 4,9%), Cajuru e Novo Mundo (3,7% cada).

Mas afinal, quais os fatores que explicam o sucesso do Centro de Curitiba no mercado de locações? De acordo com Fátima Galvão, diretora representante do Secovi-PR, são dois os principais pontos: a facilidade de locomoção e a facilidade de acesso ao entretenimento, o que acaba cativando tanto o público mais jovem (que se atrai principalmente pela facilidade de entretenimento) como pessoas mais velhas (que buscam facilidade de locomoção e imóveis maiores, mais espaçosos, o que prédios mais antigos acabam ofertando).

“Para quem é jovem, solteiro, numa sexta, sábado ou domingo, você vai se enfiar dentro de casa ou vai querer sair?! E se você mora no Centro, pode ir para o Kargo da Ordem, para o Batel, tem a Caixa Cultural ali por perto, o Teatro Guaíra, o Cine Passeio… Então, o que explica essa procura pelo Centro da cidade? É a facilidade de locomoção e a facilidade de entretenimento. E um fator que chama muito a atenção é a rotatividade dos imóveis. Em julho, dezembro e janeiro, temos um volume maior de desocupação de imóveis nessa região. São também boas épocas para quem está querendo alugar conseguir um bom negócio”, dá a dica a especialista.

Já no mercado de locação comercial, desde agosto do ano passado o mercado vem notando um aumento na procura, e com negócios sendo fechados por valores significativos. “Na Rua XV, por exemplo, tem aberto algumas lojas novas, nos bairros está acontecendo a mesma coisa. O comércio está retomando agora os investimentos, após a pandemia quebrar a perna de todo mundo. E tem de tudo, se aluga loja de tudo quanto é tipo e de tudo quanto é tamanho”, celebra Galvão.

Mercado ficou estável em 2024, mas começa 2025 aquecido

O mercado de locação de imóveis ficou estável em 2024. Em novembro, a Locação Sobre Oferta (LSO) residencial foi de 17,4%, 1,8 ponto porcentual acima do registrado em outubro de 2024. No segmento comercial, a LSO foi de 6%, 1,4 p.p abaixo do registrado no mês anterior. Mas para o primeiro semestre de 2025, a expectativa é de elevação no índice.

De acordo com Fátima Galvão, esse movimento já é uma tendência para os finais de ano. “Nós tivemos um aumento no volume de imóveis residenciais disponíveis no final do ano passado e uma redução no volume da locação residencial. Por quê? Porque é o período de transição. O pessoal está saindo, concluindo o curso, encerrando faculdade, aí desocupam os imóveis. Em contrapartida, não é ainda o período em que se busca o imóvel residencial. A gente vai começar a busca pelo residencial de meados de dezembro até março, abril. Então nós temos uma expectativa de um grande volume de locações de imóveis residenciais nos próximos meses”, diz a porta-voz do Secovi-PR, apontando ainda que o mercado está “bastante movimentado” neste começo de 2025. “Eu espero e acredito que este seja um ano mais forte [do que anos anteriores]”, finaliza.

Valor do aluguel avança em Curitiba, mas abaixo da média nacional

O preço médio do aluguel residencial no país subiu 13,5% em 2024, de acordo com o Índice FipeZap. O valor do metro quadrado (m²) alcançou R$ 48,12, de acordo com o levantamento, com uma alta que supera em quase três vezes a inflação oficial, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e estimada em 4,83% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Por outro lado, houve uma desaceleração em relação aos dois anos anteriores: 2022 (16,55%) e 2023 (16,16%).

Em Curitiba, entretanto, o avanço do preço médio do aluguel residencial ficou abaixo da média nacional. Na Capital, houve aumento médio de 7,73% nos valores, com o metro quadrado residencial sendo anunciado por R$ 41,59, em média. Entre todas as capitais do país, apenas João Pessoa (R$ 41,45/m²), Porto Alegre (R$ 40 m²), Cuiabá (R$ 39,83/m²), Goiânia (39,53m²), Natal (R$ 36,01m²), Campo Grande (R$ 32,66/m²), Fortaleza (R$ 32,61/m²), Aracaju (R$ 24,90/m²) e Teresina (R$ 22,49/m²) possuem valores melhores que o mercado de locações curitibano. Já São Paulo (R$ 57,59/m²), Florianópolis (R$ 54,95/m²) e Recife (R$ 54,95/m²) são as capitais com o metro quadrado residencial mais caro para locação.

O estudo aponta que o aluguel do imóvel de um quarto foi o que mais subiu no país, 15,18%, superando a evolução dos domicílios de dois (12,71%), três (12,52%) e quatro ou mais dormitórios (14,17%). Em relação ao preço do metro quadrado (m²), o imóvel de um quarto também é mais caro (R$ 63,15). O domicílio de dois quartos era anunciado a R$ 44,84, em média.