
Em dezembro de 2023, o custo da cesta básica da cidade de Curitiba foi o sétimo maior entre as 17 cidades (R$ 697,22), com uma variação de 2,02% em relação a novembro. No ano de 2023, na comparação de dezembro de 2023 com dezembro de 2022, a cesta de Curitiba caiu 0,21%, após 5 anos de altas expressivas, que acumulou aumento de 85,96% (2018 a 2022).
Entre novembro e dezembro de 2023, doze produtos apresentaram aumento no preço médio: batata (14,17%), arroz parboilizado (8,23%), feijão preto (7,69%), açúcar refinado (5,58%), óleo de soja (4,14%), banana (3,55%), farinha de trigo (3,38%), café (2,58%), tomate (2,00%), leite integral (0,39%), carne bovina de primeira (0,22%) e pão francês (0,21%). Houve redução no valor médio apenas da manteiga (-0,72%).
No ano (dez/2023 / dez/2022), sete produtos estão apresentando queda acumulada do preço médio, sendo as reduções registradas no óleo de soja (-33,04%), café (-10,89%), farinha de trigo (-8,82%), leite integral (-7,84%), carne bovina de primeira (-4,19%), manteiga (-3,27%) e banana (-1,69%). Ocorreram aumentos no arroz parboilizado (24,48%), açúcar refinado (17,08%), feijão preto (15,05%), tomate (10,60%), batata (4,25%) e no pão francês (3,93%).
Em dezembro de 2023, o trabalhador curitibano remunerado pelo salário-mínimo comprometeu 116 horas e 12 minutos da jornada mensal para adquirir os gêneros essenciais. Em dezembro de 2022, o tempo foi de 126 horas e 49 minutos.
Quando comparados o custo da cesta e o salário-mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, o percentual em dezembro de 2023 foi de 57,10% e de 62,32% em dezembro de 2022.
O valor médio da cesta básica curitibana em 2023 foi de R$ 688,77 o que correspondeu a uma redução de 0,46% em relação a 2022 (R$ 691,94). A jornada média de um trabalhador remunerado pelo salário-mínimo para a aquisição dos produtos foi de 115 horas e 19 minutos, menor que a registrada em 2022, quando ficou em 125 horas e 36 minutos, revertendo a tendência de aumento que vinha ocorrendo após 2017 (91 horas e 36 minutos). Já o percentual do salário-mínimo total empenhado com a compra da cesta básica curitibana caiu de 57,09%, em 2022 para 52,42% em 2023
Queda em 15 das 17 capitais pesquisadas
O valor da cesta básica encerrou 2023 em queda em 15 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Só Belém (PA) e Porto Alegre (RS) caminharam na contramão das demais no período, com altas de 0,94% e 0,12%, respectivamente.
Campo Grande (MS) liderou o ranking de baixa no valor da cesta básica de alimentos, com recuo de 6,25% no custo, seguido por Belo Horizonte (- 5,75%), Vitória (- 5,48%), Goiânia (- 5,01%) e Natal (- 4,84%).
No mês passado, o maior custo da cesta básica de alimentos foi registra em Porto Alegre (R$ 766,53), seguido por São Paulo (R$ 761,01), Florianópolis (R$ 758,50) e Rio de Janeiro (R$ 738,61). Em São Paulo, o custo caiu 3,83% em 2023.
Carne e óleo de soja: de vilões a mocinhos
Carne bovina e óleo de soja, produtos que foram sinônimo de inflação em 2022, viraram o jogo no ano passado. Dos 13 alimentos que integram a cesta básica, carne bovina de primeira, feijão carioquinha, café, óleo de soja e farinha de trigo registram queda de preço em todas as 17 capitais pesquisadas em 2023, com recuos acumulados no ano na casa de dois dígitos.
A carne bovina de primeira ficou até 12,96% mais em conta no varejo de Salvador (BA), enquanto o preço do óleo de soja caiu até 33,04% em Curitiba (PR).
Já o preço do leite, outro vilão da inflação, recuou em 16 capitais, com recuo de até 16,81% em Vitória (ES).
Os produtos com alta de preços no ano foram arroz agulhinha, feijão preto, pão francês, açúcar, batata e farinha de mandioca.
Nas contas do Dieese, ao se comparar o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, quem ganhava o piso comprometeu em dezembro do ano passado 53,59% da renda para comprar a cesta básica, ante 60,22% em dezembro de 2022.
Apesar do alívio no orçamento das famílias por conta do recuo nos preços da comida, combinado com a valorização do salário mínimo e política de transferência de renda, os técnicos do Dieese alertam que há desafios importantes a serem enfrentados para o custo dos alimentos neste ano.
Entre os fatores que poderão acarretar alta de preços, estão problemas climáticos, conflitos externos e o câmbio desvalorizado, que estimula a exportação.