O estudo Women at the Top, do Evermonte Institute, revelou que o Paraná é o terceiro estado com o maior número de mulheres em conselhos de administração no Brasil. Do total de perfis de conselheiras analisados pela pesquisa, 5,1% têm atuação em empresas com sede em cidades paranaenses – São Paulo ocupa a primeira colocação, com 61% de participação feminina em conselhos.
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Na sequência estão por Rio Grande do Sul (12,8%), Rio de Janeiro (4,1%) e Santa Catarina (3,1%). Sócia do Evermonte Institute e coordenadora da pesquisa, Helena Schröer explica que os dados representam o avanço da diversidade nos conselhos.
“A maior concentração de mulheres em São Paulo reflete um contexto corporativo mais exposto à pressão por boas práticas de governança, accountability e inclusão. Mas a presença em outros estados indica que existe uma importante trajetória de expansão fora do eixo principal”,
ressalta.
Pesquisa sobre atuação das mulheres no País
De acordo com a pesquisa, a distribuição territorial também pode refletir o grau de amadurecimento das redes profissionais femininas nas diferentes regiões brasileiras, bem como o acesso a programas de formação, certificações e fóruns relevantes, que ainda se concentram em maior número nos grandes centros.
É o caso do Paraná: uma das entrevistadas pela pesquisa foi a presidente do capítulo IBGC no estado, Janete Anelli, que ressaltou a importância da representatividade para a ampliação do acesso de mulheres em espaços de governança corporativa.
“Desde que assumi a coordenação do IBGC no Paraná como a primeira mulher na posição, o número de mulheres no capítulo cresceu 150% em dois anos e meio. Esse movimento reflete o poder da representatividade. Acredito que quando uma mulher ocupa um espaço de liderança, ela abre caminho para que outras se sintam mais seguras, mais encorajadas a estar ali também”,
afirmou no estudo.
Women at the Top
A pesquisa Women at the Top contou com duas frentes de captação de dados: em uma abordagem quantitativa, analisou os perfis de 98 conselheiros (49 mulheres e 49 homens) atuantes no board de companhias de capital aberto ou organizações de grande porte no Brasil; já em um viés qualitativo, entrevistou oito conselheiras brasileiras – Alessandra Dabul (Gávea Angels e Ancham Paraná), Ana Paula Zamper (InterPlayers, Espaçolaser, Oficina Consultoria, IBEF-SP, Instituto SER+ e SAS Brasil), Andrea Mota Baril (Grupo Skala, Grupo CRM e Pravaler) Beatriz Amary Faccio (Arco Educação), Cecília Andreucci (Guararapes Painéis, Grupo Boticário e IBGC), Claudia Lacerda (CantuStore e Aliansce Sonae), Daniele Krassuski Fonseca (Futura S.P.A.) e Janete Anelli (IBGC e Petrobahia).
“Mesmo que a amostra quantitativa não represente de forma exaustiva a totalidade do mercado, a combinação entre a análise quantitativa, as entrevistas em profundidade e a correlação com estudos anteriores garante a confiabilidade dos resultados”, explica a coordenadora do estudo.