Copa contagia os curitibanos e lojistas relatam dificuldade para repor estoque

Com Seleção Brasileira em alta e cotada entre as favoritas para ganhar o mundial, camisas, cornetas, chapéus e até perucas nas cores da bandeira voltam a ser moda entre toda a população da Capital

Rodolfo Luis Kowalski

Lojistas estão animados com a boa campanha da Seleção no Catar (Franklin de Freitas)

Você pode até não gostar de futebol ou não se importar com a Copa do Mundo, mas é difícil não reconhecer a capacidade reconciliadora e apaziguadora não só de um dos maiores eventos esportivos do planeta, mas também de uma das principais instituições nacionais: a seleção brasileira de futebol. E em Curitiba, tal capacidade fica evidenciada no resgate das cores e da camisa do Brasil por pessoas de todas as ideologias e classes sociais. Um resgate que, para o comércio, tem se traduzido em boas vendas.

No Centro da capital paranaense, por exemplo, o relato entre comerciantes é unânime: a onda verde e amarela chegou e com força depois de a bola começar a rolar no Catar. Com a seleção comandada por Tite apresentando bom futebol e já classificada para as quartas de final da competição — na próxima sexta-feira, às 12 horas, encara a Croácia —, a expectativa é que as vendas cresçam ainda mais na medida em que a Canarinho avança e a confiança e esperança dos brasileiros no time aumenta.

“As pessoas estão bem confiantes, acho que dessa vez vai. E as pessoas querem comprar, comprar, comprar. E nós estamos aí, vendendo e vendendo bem”, destaca Eliane Mendonça, gerente de uma loja de camisas e artigos esportivas localizada na Rua XV. “Até aqui, as vendas já cresceram cerca de 30% em relação aos meses sem Copa e pode crescer ainda mais na medida em que a Seleção for avançando”, comenta ainda Julio Abdullah, que cuida de uma outra loja de roupas localizada na mesma via.

A procura maior, claro, é pela tradicional camisa amarela da seleção. Mas a onda verde e amarela não se restringe ao manto canarinho. Mulheres, por exemplo, têm apostado em diferentes looks nas cores da bandeira, comprando camisas, camisetas, blusas e saias nas cores verde, amarelo e azul. Para os homens, uma opção que tem sido procurada são as camisas polo do Brasil. “Sai de tudo um pouco. Até peruca, aquelas perucas coloridas, estamos vendendo bem”, comemora Mendonça.

Com o período de boas vendas registrado até aqui, a expectativa, obviamente, é para que o bom momento dentro de campo perdure, o que garantiria um final de ano ainda mais farto para o comércio, que foi um dos setores mais impactados nos últimos anos pela pandemia do novo coronavírus. Mas além do selecionado brasileiro, os comerciantes também pedem uma ajuda para a indústria, para os fornecedores. É que com a grande procura por produtos verde e amarelo, já está ficando difícil repor o estoque. “Se o Brasil chegar até a final, vamos vender mais e mais. Mas eles têm de produzir mais pra gente, né?! Já não tem [mais produto para repor estoque], saiu tanto que não tem mais”, explica Mendonça.

“Se o Brasil chegar até a final, vamos vender mais e mais. Mas eles têm de produzir mais pra gente, né?! Já não tem [mais produto para repor estoque], saiu tanto que não tem mais”
Eliane Mendonça, gerente de uma loja de camisas e artigos esportivos