Menos juros, mais empregos. Com esse mote, a CUT, movimentos sociais e entidades sindicais realizam em Curitiba, na próxima terça-feira (30), um ato contra a alta taxa de juros. A data é a mesma na qual acontecerá a nova reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que define a taxa Selic. Manifestações simultâneas acontecerão em diversas cidades do País. Na capital paranaense o ato será realizado a partir das 10h na Praça Santos Andrade, no centro.
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“Consideramos inaceitável a atual taxa de juros, uma das maiores do mundo. Estes indicadores impedem o crescimento, a distribuição de renda e a geração de empregos, prejudicando diretamente o Brasil e a classe trabalhadora. Por este motivo vamos novamente às ruas para dizer que não é possível que nosso País continue com taxas de juro neste patamar, próximo do insustentável”, destaca o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller.
De acordo com ele, mesmo com a baixa inflação, melhora nos indicadores econômicos e uma série de ajustes, o Banco Central insiste em uma taxa de juros elevadas que beneficia, unicamente, o sistema financeiro. Esta percepção é compartilhada não apenas por setores progressistas ou do mundo do trabalho, mas pela população em geral.
O presidente da FETEC-CUT-PR, Deonisio Schmidt, reitera as críticas ao atual patamar da Selic. “As altas taxas de juros só beneficiam especuladores e o sistema financeiro. Os trabalhadores são os que mais sofrem. O tal ´mercado’ que se incomoda quando o tema é redução da taxa Selic, não é as empresas, a indústria a agricultura, é meia dúzia de bancos e os rentistas, que sem sair de casa ganham bilhões com a especulação e quem paga são os trabalhadores e o restante da sociedade”, enfatiza.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Cristiane Zacarias, destaca a importância da participação da sociedade neste debate. “O endividamento das famílias brasileiras com os juros altos é estratégico para a lucratividade cada vez maior dos bancos. Mesmo assim, usam todo tipo de argumentos para o fechamento de agências pelo país e encerramento de postos de trabalho. É tão expressiva a exploração destas instituições, que baixa dos juros, bandeira levantada pela CUT, precisa ganhar centralidade nos debates em todos os lugares do país”, apontou.
“É preciso que toda a sociedade esteja unida nesta luta porque os reflexos da taxa de juros atinge todos nós. Reduzir os juros, significa mais recursos para a educação, saúde, segurança, investimentos públicos, ampliando a geração de empregos, e o avanço da economia. Este não é um objetivo de uma parcela da sociedade, mas de todos nós”, completa a advogada e ex-deputada federal, Dra. Clair Martins.
Uma pesquisa produzida pela Quaeste no início deste mês mostrou que 66% dos brasileiros e brasileiras concordam com as críticas do presidente Lula à política de juros do Banco Central. Apenas 23% dos entrevistados discordam das falas públicas do Presidente da República. Ele tem dito, de forma reiterada, que os percentuais definidos atualmente pelo Banco Central prejudicam diretamente o crescimento do Brasil. “Então, é preciso baixar a taxa de juros compatível à inflação, que está totalmente controlada. Agora fica-se inventando o discurso de inflação do futuro, o que vai acontecer. Vamos trabalhar em cima do real”, disse o presidente da República em entrevista no mês passado na rádio CBN.
Ato contra juros altos também acontecerá em outras cidades
Além de Curitiba, cidades onde há sedes do Banco Central também realizarão manifestações públicas contra os juros altos. Em São Paulo será em frente ao próprio BC, na Avenida Paulista, 1804.
A vice-presidenta da CUT Nacional, Juvandia Moreira, diz ser inadmissível que o presidente do BC, mantenha a atual taxa de juros em 10,5% ao ano, após uma série de quedas de meio ponto percentual, alegando fatores econômicos externos e não analisando a atual conjuntura do Brasil.
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