Dólar fecha em alta com reunião entre Trump e Zelenski

Folhapress, editado por Lycio Vellozo Ribas
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Dólar. Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

O dólar fechou em alta de 0,63% nesta segunda-feira (18), cotado a R$ 5,433. A alta ocorre com os investidores repercutindo a reunião entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o da Ucrânia, Volodimir Zelenski.

Nesta segunda, Trump recebeu o presidente ucraniano para uma nova visita à Casa Branca, que contou com a presença de seis líderes europeus. Friedrich Merz (Alemanha), Emmanuel Macron (França), Giorgia Meloni (Itália) estavam entre eles.

“Nós vamos parar essa guerra. A guerra vai acabar, esse senhor [Zelenski] quer, Vladimir Putin quer”, afirmou o republicano na abertura do encontro.

Trump e Zelenski não entraram, em público, nas questões complexas à frente. O ucraniano só disse que precisava acabar com a guerra ao ser questionado sobre o fatiamento de seu país, proposto por Putin e já abraçado por Trump.

Havia um temor de que o encontro terminasse como a conversa de fevereiro, quando Trump e o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, deram uma bronca pública a Zelenski.

Na ocasião, o republicano acusou o presidente ucraniano de ter causado a invasão russa de 2022 e de não querer acabar com a guerra.

Cúpula

O encontro aconteceu na esteira de uma reunião entre Trump e Putin na última sexta-feira (15), cujo objetivo também foi firmar uma trégua na Guerra da Ucrânia. Foi a primeira cúpula entre o russo e um presidente americano desde 2021.

A cúpula acabou após 2 horas e 40 minutos de conversa, sem que um cessar-fogo fosse definido. “Não há um acordo até haver um acordo. Grande progresso hoje, mas não chegamos lá ainda”, disse Trump a repórteres.

“Eu vou fazer algumas ligações. Vou ligar para os aliados da Otan, para [o presidente ucraniano Volodimir] Zelenski, para ver se ele concorda”, completou, cobrindo Putin de elogios por sua “relação fantástica” ao longo de anos difíceis. “Nós concordamos em vários pontos, faltam alguns. Talvez o mais importante”, disse.

Cenário doméstico

No cenário doméstico, os investidores repercutiram dados do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de junho, considerado um sinalizador do PIB (Produto Interno Bruto).

O índice recuou 0,1% em junho na comparação com o mês anterior, mas terminou o segundo trimestre com crescimento de 0,3%. A leitura do mês frustrou a expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,05%, depois de o IBC-Br ter recuado 0,7% em maio.

Segundo Leonel Mattos, analista de inteligência da StoneX, os dados reforçam a moderação no crescimento da economia brasileira. “Essa desaceleração resulta em apostas de que o Copom corte a Selic, o que tende a dificultar a atração de investimentos estrangeiros e elevar a taxa de câmbio”.

Os investidores continuam atentos ao conflito comercial e jurídico envolvendo Brasil e EUA. O governo do presidente Lula (PT) deve responder nesta segunda à investigação comercial movida pelo USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA).

Na resposta, o governo deve argumentar que o Pix não discrimina serviços de pagamento operados por empresas estrangeiras, sejam eles de qualquer tipo.

Também nesta segunda-feira, o ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu que ordens judiciais e executivas de governos estrangeiros precisam ser homologadas no Brasil para ter eficácia. A decisão busca blindar o ministro Alexandre de Moraes do impacto da Lei Magnitsky – sanção financeira imposta ao magistrado pelo governo de Donald Trump, dos Estados Unidos.

A Bolsa também teve forte alta de 0,71%, a 137.321 pontos. O desempenho do Ibovespa seguiu a valorização da Raízen após notícia de que a Petrobras cogita investir na empresa.