O dólar fechou esta quinta-feira (18) em alta e o Ibovespa em baixa. As duas movimentações estão atreladas ainda à “Superquarta”. Na quarta-feira (17), o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) reduziu juros. E o Banco Central do Brasil manteve a Selic em 15% ao ano.
A moeda americana subiu 0,32% na sessão, a R$ 5,319, e a Bolsa caiu 0,06%, a 145.499 pontos, segundo dados preliminares.
Durante a tarde de quarta, o principal índice da Bolsa chegou a ultrapassar os 146.000 pontos, em meio às projeções do banco central americano de mais dois cortes nos juros dos EUA até o final do ano.
“O mercado hoje ainda está sob o efeito da “Superquarta”, com o posicionamento do Fed e do Banco Central”, afirma Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos. “A questão é a atratividade do mercado brasileiro, com a manutenção de uma taxa de juros atrativa em relação à taxa americana. Faz com que investidores estrangeiros acabem vindo para o Brasil”.
Apesar do otimismo, o Ibovespa reduziu os ganhos. O dólar passou a subir após o presidente do Fed, Jerome Powell, adotar uma postura mais cautelosa durante a entrevista coletiva após a decisão, frisando que ainda há riscos para a inflação americana.
Avaliação
Na avaliação de Leonel Mattos, analista da StoneX, a fala de Powell esfriou o otimismo do mercado com os cortes de juros. O presidente do Fed aponta que ainda há incerteza tanto para a inflação quanto para o emprego. “Ele disse que a decisão do Fed de cortar os juros foi mais preventiva, se antecipando a riscos”, aponta.
Na quarta (17), o dólar fechou em alta de 0,06%, a R$ 5,301, após tocar R$ 5,27 durante o pregão com a decisão do Fed. Já o Ibovespa encerrou o dia em alta de 1,06%, a 145.593 pontos.
O Fed decidiu diminuir a taxa de juros do país para entre 4% e 4,25% ao ano, na primeira redução da taxa básica americana em 2025. A redução veio em linha com a expectativa de analistas.
Já o Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. O mercado leu no comunicado da decisão um tom mais duro pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), indicando que a Selic pode demorar mais para começar a cair.
Investimentos
Na avaliação de Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos vem atraindo investidores para o Brasil, pressionando o dólar para baixo.
“O Fed deve baixar juros e o BC manter a Selic estável. Dessa forma, nosso diferencial de juros fica mais atrativo, com perspectiva de fluxo de capital especulativo para o país”, aponta.