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Dólar. Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

O dólar caiu em relação ao real no período da tarde desta sexta-feira, 1º de agosto. Por fim, fechou em queda de 0,99%, a R$ 5,5456. A queda do dólar ocorreu também com a maior parte das divisas globais, após relatório de empregos (payroll) de julho e outros indicadores de atividade econômica dos Estados Unidos mais fracos. Entre os indicadores, estão sentimento do consumidor, PMI industrial medido pelo ISM e investimentos em construção.

Há relatos também de fluxo maior para mercados emergentes, com o Brasil sendo mais beneficiado em operações de carry trade (carrego) pelo diferencial de juros — Selic a 15% ao ano, e expectativa de continuidade nesse patamar por período prolongado. Plataforma do CME Group aponta chance maior de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) inicie seu ciclo de flexibilização monetária em setembro.

O dólar oscilou de R$ 5,6284 na máxima pela manhã, quando refletia a nova lista de tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, até mínima de R$ 5,5279 também alcançada na primeira etapa do pregão, após payroll e outros dados da economia norte-americana;

Trabalho norte-americano

O relatório de emprego dos EUA apresentou 73 mil novas vagas. O número está bem abaixo da previsão de 110 mil (mediana) do mercado e com taxa de desemprego aumentando para 4,2%.

“Quando temos dado de trabalho americano mais fraco do que o esperado, o mercado começa a trabalhar com a ideia de que talvez possa ter corte de juros pelo Fed, o que pode aumentar o diferencial de juros em relação ao Brasil – já que o Copom desta semana mostrou a postura de que vai segurar juros em nível elevado por mais tempo”, afirma o analista de alocação e inteligência da Avenue, Bruno Yamashita. Para ele, isso pode fazer com que o real se beneficie ainda mais do carry trade (carrego).

De fato, a plataforma CME Group mostra que as apostas de queda de juros nos EUA em setembro avançaram, com mais de 90% de probabilidade. O mercado já vê como majoritário um orçamento total de cortes em 2025 de 75 pontos-base.

Trump também ordenou a demissão imediata da comissária de Estatísticas do Trabalho, Erika McEntarfer, alegando manipulação dos dados para prejudicar seu governo.

Em segundo plano, o investidor continuou atento a notícias sobre eventuais negociações entre Estados Unidos e Brasil.