O dólar encerrou a sessão desta segunda-feira (8), quase estável, em leve alta de 0,04%, a R$ 5,417. A sessão de agenda econômica esteve relativamente esvaziada, com investidores à espera de eventos do restante da semana. Entre eles, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF (Supremo Tribunal Federal) e a divulgação do IPCA de agosto.
Já o Ibovespa, que alcançou os 142 mil pontos pela primeira vez na última sexta-feira (5), fechou em queda no pregão desta segunda. O principal índice da Bolsa caiu 0,59%, a 141.791 pontos. As ações ligadas a commodities se valorizaram no pregão, devido à alta no preço do petróleo e do minério de ferro no mercado internacional.
“Temos um movimento de proteção em função do julgamento do Bolsonaro. A depender do resultado, pode gerar novas sanções dos Estados Unidos ao Brasil”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik, ao justificar o fato de o dólar estar em alta ante o real, apesar da queda no exterior.
Na avaliação de Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, há uma série de fatores que influenciaram o desempenho ruim dos ativos brasileiros nesta segunda.
“Você tem um reflexo das manifestações de políticos criticando o Poder Judiciário no 7 de Setembro. A carta que o Brasil mandou para os Brics pedindo união contra o protecionismo americano. E a informação de que os EUA estariam se preparando para enviar mais cartas aos bancos exigindo explicações financeiras sobre a aplicação da Lei Magnitsky”, afirma.
Bolsa
Apesar do desempenho ruim da Bolsa nesta segunda, a expectativa é que o otimismo visto na última sexta se mantenha nos próximos dias.
“O cenário atual permanece favorável à continuidade da tendência de alta, com o próximo alvo apontando para os 145.800 pontos”, afirmou a equipe de grafistas da Ágora Investimentos, em relatório a clientes.
“Esse movimento [de alta recorde no Ibovespa na última sexta] se ancora principalmente nas expectativas de corte de juros nos Estados Unidos, após dados de empregos mais fracos do que esperado na semana passada terem repercutido nos mercados de títulos do tesouro americano”, explica Lilian Linhares, sócia e head da Rio Negro Family Office.
Bolsonaro
Além dos dados norte-americanos de inflação na pauta da semana, agentes também acompanham a retomada do julgamento de Bolsonaro.
A Primeira Turma do STF retoma os trabalhos nesta terça-feira (9). O voto do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que acusa o ex-presidente de golpe de Estado, abre a sessão.