Dólar recua para R$ 5,41 no aguardo de informações sobre negociações entre Brasil e EUA

Folhapress
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Dólar. Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

O dólar fechou em queda de 0,21%, a R$ 5,4138, nesta segunda-feira (25), com os operadores em modo de espera por novas informações sobre as negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. No meio-tempo, investidores reagiram positivamente à pesquisa Focus e a falas do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Na sexta, o dólar havia cedido 0,95%, cotado a R$ 5,425, e a Bolsa disparou 2,57%, 137.968 pontos. Já nesta segunda, o Ibovespa teve alta marginal de 0,04%, a 138.025 pontos.

Uma das ações que segurou o índice foi a do Banco do Brasil, com queda de 2,14%, a R$ 20,06 cada uma. Os papéis do banco enfrentam forte desvalorização com uma piora no resultado e com o receio de retaliação dos EUA devido à Lei Magnitsky.

Já a valorização do real foi amparada pela queda nas expectativas de inflação da pesquisa Focus. O levantamento apontou que a expectativa para a alta do IPCA em 2025 foi reduzida a 4,86%, de 4,95% antes, na 13ª baixa seguida de queda. Para 2026 a projeção caiu pela 6ª semana seguida, indo a 4,33%, de 4,40% no levantamento anterior.

Tarcísio

Segundo analistas, investidores também reagiram bem a falas do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta segunda. Em evento com empresários ele citou “40 anos em 4” como lema de futuro governo.

“Cenário externo realmente seria contrário hoje a uma queda do dólar. Até abriu em alta, mas virou depois de falas do Tarcísio, que sinalizou uma possível candidatura à Presidência”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

Exterior

Nesta semana, o mercado deve voltar suas atenções às perspectivas de corte de juros nos EUA. Esse novo ciclo pode dar impulso aos ativos de risco, incluindo os de mercados emergentes, apontam analistas do BB Investimentos.

Em relatório, eles destacaram que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou na semana passada a chance de flexibilização dos juros nos EUA em razão de indicadores econômicos mais recentes, notadamente os impactos do mercado de trabalho que vem desaquecendo, ainda que a inflação tenda para alta.

“Caso o mercado forme consenso sobre os rumos da política monetária nos EUA conforme as sinalizações mais recentes, entendemos que o Ibovespa tem espaço para testar novamente seu topo histórico, em 141,5 mil pontos”, afirmaram em relatório a clientes nesta segunda-feira. “Para isso, precisa romper a barreira dos 139,3 mil pontos”, acrescentaram. Eles destacam que a frustração de expectativas pode ocasionar quedas acentuadas, com primeiros suportes imediatos em 136 mil e 134,3 mil pontos.

Cena doméstica

Por outro lado, a cena doméstica tem exercido pressão sobre o câmbio. Na segunda-feira, o ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu que ordens judiciais e executivas de governos estrangeiros só têm validade no país se confirmadas pelo Supremo. Como sinalizou o magistrado, instituições financeiras do país podem ser penalizadas se aplicarem sanções contra Alexandre de Moraes.

Já na agenda econômica, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará na manhã desta terça (26), o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) de agosto. A expectativa de economistas é de deflação. De acordo com analistas consultados pela Bloomberg, deve haver redução de 0,2% nos preços na comparação mensal. Já em 12 meses, a previsão é de alta de 4,89%.

Na quinta (28), será a vez do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), da FGV. A previsão é de um ganho de 2,87% na comparação anual e de 0,20%, na mensal.

Na sexta (29), será a vez da inflação dos EUA, o PCE. O mercado espera que a alta de preços tenha acelerado de 2,79% em junho para 2,9% em julho.