“Como as PMEs podem acessar o mercado de capitais” é o tema de evento em Curitiba (PR), no dia 9 de novembro, no Hotel Bourbon Curitiba. Na ocasião, o engenheiro eletricista, diretor e fundador da Eletron Energia, Ricardo Kenji, apresentará a trajetória da organização até o “IPO Eletron Energia”.
Fundada em 2015, a companhia paranaense atua na criação de projetos personalizados para ajudar as organizações a otimizar seus recursos energéticos. Trocando em miúdos, a Eletron Energia realiza estudos e aplica soluções de eficiência energética em indústrias e empresas para que elas economizem energia.
A empresa soma 159 projetos de eficiência energética até 2023, que totalizam mais de R$ 160 milhões. Os projetos foram desenvolvidos para organizações de cinco setores: 28 na área de serviços (R$ 53,8 milhões); 32 no ramo de hospitais (R$ 31,4 milhões); 29 na indústria (R$ 30,8 milhões), 31 no segmento do comércio (R$ 29,4 milhões) e 38 em condomínios (R$ 16,6 milhões).
A Eletron Energia está prestes a se tornar a quarta empresa a abrir capital na BEE4, primeiro mercado regulado de ações tokenizadas do Brasil para PMEs. Sua oferta pública já está aberta na Beegin, com valor-alvo de captação em R$5 milhões. Uma vez encerrada a oferta, a empresa será listada, e suas ações poderão ser compradas e vendidas por investidores no ambiente de negociações da BEE4.
“No desenvolvimento desse novo mercado, nosso desafio é atrair PMEs com potencial de crescimento, posicionadas em setores que se beneficiem de tendências locais e globais, e que sejam atrativas para os investidores que querem diversificar sua carteira e antes não encontravam empresas nesse estágio de maturidade quando buscavam as ações já disponíveis no mercado de capitais”, comenta Patrícia Stille, CEO da BEE4.
“A Eletron Energia se enquadra nesse modelo à medida que o Brasil se posiciona como referência em eficiência energética e energia renovável, se destaca nos critérios ESG e tem se mostrado uma alternativa de investimento atraente. De 2019 a 2022, por exemplo, durante parte do período de pandemia, o faturamento da empresa aumentou cerca de 590%”, finaliza a executiva.
Os interessados em participar do IPO, antes de investir devem acessar a página e analisar as condições essenciais da oferta. O investimento mínimo durante o IPO é de R$2.013,00. A previsão de encerramento da oferta é 12 de janeiro de 2024.
Ricardo Kenji aponta que, com a captação, acelerar um plano de crescimento para elevar a receita da Eletron Energia a R$100 milhões em 2028. “A abertura da IPO é mais um marco na história da empresa. Nos últimos cinco anos, crescemos quase 50 vezes. Apenas no período de 2019, quando nos tornamos uma SA, até 2022, crescemos 590%. Esse número é até modesto para o mercado de energia, que está em franca expansão. Até junho de 2023, a margem EBITDA é de 29% e a perspectiva é encerrar o ano com faturamento de R$ 22 milhões. Temos muita coisa para fazer para tornar as empresas mais competitivas por meio da eficiência energética”, afirma.
Como funciona a oferta pública
Para uma empresa ser listada na BEE4, ela precisa primeiro realizar uma oferta pública na Beegin, que atua, hoje, como intermediária no ecossistema. Após o encerramento da oferta, quando o valor-alvo estabelecido for atingido, as ações investidas são tokenizadas e disponibilizadas para negociação dos investidores no mercado organizado administrado pela BEE4.
As ações das empresas listadas na BEE4 são negociadas em pregões semanais, realizados às quartas-feiras, das 12h às 20h, e a experiência é parecida com as operações em bolsas tradicionais, com matching de ordens e cotações em tela. O objetivo de restringir a negociação para apenas um dia na semana foi concentrar operações (e liquidez), e a medida que esse novo mercado for se desenvolvendo as janelas poderão ser expandidas.
Mercado emergente
Um dos desafios no mundo todo para resolver os impasses da sustentabilidade ambiental diz respeito às fontes renováveis de energia. E, neste quesito, o Brasil sai na frente. “Quase metade do que geramos de energia, ou seja, 48,4%, vem de fontes renováveis. Para se ter uma ideia do avanço brasileiro, a média mundial está em 15%”, explica Ricardo Kenji.
Esse movimento começou no Brasil nos anos 2000 com o lançamento do programa de eficiência energética da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A autarquia, ligada ao Ministério de Minas e Energia, é a reguladora do setor elétrico e surgiu com a missão de proporcionar condições favoráveis para que ele se desenvolva de forma equilibrada no país. A expectativa é de que, até 2030, os projetos de eficiência energética vão contribuir com cerca de 5% da matriz energética brasileira, o que significa a implementação de 5 bilhões em economia de recursos do setor elétrico.
Além disso, de acordo com o Atlas de Eficiência Energética, entre 2013 e 2020, o Brasil investiu quase R$ 2 bilhões em pesquisa, desenvolvimento e demonstração em projetos de eficiência energética. O mesmo levantamento aponta ainda que 89% das indústrias almejam aumentar os investimentos em eficiência energética nos próximos cinco anos, de olho na redução de custos e nas práticas de ESG.
Trajetória da Eletron Energia
Atento a todos esses sinais positivos, em 2015, o engenheiro eletricista Ricardo Kenji vislumbrou uma oportunidade no mercado de energia e fundou a Eletron Energia. Inicialmente, a empresa desenvolvia projetos de iluminação em LED. Em seguida, ingressou no mercado de energia renovável e cresceu exponencialmente. Entre os principais clientes da Eletron Energia estão: Natura, Renault, CNH Industrial, Helisul Aviação, FAE, Alphaville, Grupo Servopa, San Juan Hotéis, Instituto Sante, Simoldes Aços, Font Life, entre outros.
Além de economizarem energia, essas empresas implementam projetos que contribuem para o meio ambiente, tornando-as mais competitivas e capazes de atrair o olhar de investidores. No último mês de outubro, a CVM lançou a Resolução 193 para que as empresas de capital aberto comecem a divulgar relatórios de gestão de riscos ESG. A medida entrou em vigor neste dia 01 de novembro e alinha o Brasil aos padrões globais estabelecidos pelo International Sustainability Standards Board (ISSB), órgão criado pela IFRS Foundation (IFRS). A referida Resolução determina que o relatório de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade, com base no padrão do ISSB, deve ser identificado e apresentado de forma objetiva e segregada das demais informações da entidade e publicado no site da CVM.
“Com a medida, o Brasil se torna o primeiro país do mundo a contemplar regras para que as organizações prestem contas sobre suas informações financeiras ligadas à sustentabilidade, com indicadores e metas claras. A ESG deixou de ser uma tendência e é um caminho sem volta”, enfatiza Kenji.
Sobre a BEE4
Autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no âmbito do sandbox regulatório, a BEE4 está entre as primeiras iniciativas do mundo a utilizar Blockchain em infraestrutura de mercado regulado, e é pioneira em um movimento que tem potencial para ser transformacional para a indústria financeira brasileira.
A BEE4 é o primeiro mercado autorizado a negociar ações tokenizadas no país e tem foco no segmento de PMEs. Os ativos das empresas listadas são representados por tokens e registrados nas carteiras digitais (wallets) dos investidores. Esse novo mercado é controlado pelo grupo Solum, em parceria com a Núclea.
Para as empresas, que se comprometem a adotar boas práticas de governança e transparência, o ecossistema BEE4 é uma nova alternativa de financiamento, que também proporciona maior visibilidade das companhias listadas no mercado de capitais. Para os investidores, o acesso para participar de IPOs e negociar ativos de empresas que estão crescendo, inovando em seus mercados, buscando transformação e olhando para o futuro. Para o país, a BEE4 impulsiona o desenvolvimento econômico ao fortalecer empresas brasileiras promissoras, contribuindo para geração de mais empregos e crescimento.