Em Curitiba, redução de juros da Caixa atinge 16% dos lançamentos

Medida vai atender a classe média

Ana Ehlert

A nova medida da Caixa Econômica Federal, que reduziu as taxas de juros para o financiamento de imóveis acima de R$ 500 mil, poderá ser usada por 16% do mercado imobiliário curitibano, de acordo com as informações da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR). O porcentual, em números, corresponde a 5.500 das 34.375 unidades de apartamentos residenciais lançados em 2012. Com este incentivo da Caixa, a estimativa de crescimento para este mercado, classe média, média-alta, passa dos 8% para algo entre 10% e 15% para este ano, calcula Gustavo Selig, presidente da Ademi-PR.
Selig afirma que a medida é extremamente bem –vinda para o setor. Com a atual taxa oferecida pela Caixa, que oscila entre 8,4% a 9,4%, a expectativa é de que o banco ajude a derrubar as taxas das outras instituições. O valor dos juros aplicados aos financiamentos deste tipo de imóvel situava-se entre 12% e 13% ao ano, afirma o dirigente de classe.
De acordo com o levantamento da Ademi-PR, a maioria dos imóveis (65%) com valores acima de R$ 500 mil, é composto por três dormitórios, com área privativa de 85 a 263 metros quadrados e área total de 124 a 429 metros quadrados.  Os bairros onde se localizam estes imóveis são considerados regiões nobres da cidade, como Água Verde, Ecoville, Bigorrilho (Champagnat), Cabral, Juvevê, Batel, Centro e Vila Izabel.

Ainda nessas regiões, podem ser encontrados apartamentos com dois dormitórios acima de R$ 500 mil – com área privativa de 88 a 157 metros quadrados e área total de 106 a 312 metros quadrados – e de quatro dormitórios – com área privativa de 120 a 874 metros quadrados e área total de 178 a 1,4 mil metros quadrados.
As novas taxas da Caixa entraram em vigor ontem mesmo. Segundo as informações da Caixa, nesta modalidade de crédito imobiliário, as taxas de juros efetivas para clientes que não possuem relacionamento com o banco caem de 9,9% para 9,4% ao ano. Para clientes que possuem relacionamento e conta salário na Caixa, as taxas serão reduzidas de 8,9% para 8,4% ao ano.
No caso de servidores públicos, as taxas de juros podem chegar a 8,3% ao ano. A economia para um financiamento de R$ 600 mil, por exemplo, poderá ficar em torno de R$ 43,3 mil, em 30 anos.
 Segundo o vice-presidente de Habitação e Governo da Caixa, José Urbano Duarte, diante do cenário de demanda crescente por crédito imobiliário, o objetivo da Caixa é oferecer condições atrativas para os todos os clientes. Segundo ele, em 2012, a Caixa reduziu juros pelo Programa Caixa Melhor Crédito para imóveis enquadrados no SFH. Desta vez, ampliaremos as opções também ao público de média e alta renda, enfatiza.
Com a medida, a Caixa aproxima as taxas para financiamento de imóveis mais caros daquelas oferecidas para compra de casas de valor até R$ 500 mil, teto para uso dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), mais baratos.
O banco estatal, no entanto, manteve as operações acima desse faixa fora do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que permite ao tomador usar o FGTS para a compra do imóvel.
Pelos dados da instituição, em dezembro de 2012, a Caixa alcançou volume de R$ 101 bilhões em contratações de crédito imobiliário, recorde no financiamento para casa própria e 33,8% acima do verificado em 2011.
Segmentos da indústria imobiliária, como bancos e construtoras, vinham pedindo que o governo elevasse o valor máximo dos imóveis que pudessem ser comprados com uso do FGTS.