Economia

Entenda o que é a ‘regra de ouro’

Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Desde o começo de maio, a equipe econômica do ministro Paulo Guedes, para contornar o grave problema de caixa, passou a articular a aprovação do projeto de lei que autoriza o governo a gastar R$ 248 bilhões com recursos a serem obtidos com títulos do Tesouro Nacional.


A discussão surgiu, porque o Palácio do Planalto corria o risco de ficar sem recursos para pagar subsídios e benefícios a idosos carentes e pessoas com deficiência (BPC).


A chamada “regra de ouro” impede o governo federal de se endividar para pagar despesas correntes, como salários, Previdência Social e benefícios assistenciais.


Entenda o que é essa regra, a exceção e seu objetivo.


O que é a ‘regra de ouro’


Proíbe que governos federal, estadual e municipal realizem operações de créditos (dívidas) que excedam o valor das suas despesas de capital (investimentos). 


Exceção


Operações de crédito autorizadas, mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta.


Objetivo


Estimular o investimento e brecar avanço do gasto corrente lastreado em dívida. 


O que quer o governo


Autorização do Congresso para emissão de R$ 248,9 bilhões de dívida pública para cobrir gastos correntes. 


Passos


Votações na CMO (Comissão Mista de Orçamento) e no plenário do Congresso, no mesmo dia.


Para onde vai o dinheiro


Previdência Social (R$ 201 bilhões) Bolsa Família (R$ 6,5 bilhões) BPC (R$ 30 bilhões) Subsídios (R$ 10,5 bilhões)


O que acontece se o crédito suplementar não for aprovado?


De acordo com o governo, a partir de 20 de junho, faltará dinheiro para pagar os 2 milhões de idosos pobres do BPC. Deficientes pobres, que somam outros 2,5 milhões de beneficiados pelo programa, seriam afetados a partir de julho.


Previsões


De acordo com projeções da IFI (Instituição Fiscal Independente), por um período de pelo menos 7 a 10 anos, a regra de ouro seguirá sendo descumprida, e o Congresso precisará continuar aprovando créditos suplementares.


Fontes: iFi (instituição Fiscal independente) – estudo especial nº5, regra de ouro no Brasil: Balanço e Desafios, de 05/04/2018 e Ministério da economia