gasolina
Imagem ilustrativa (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O preço do litro de gasolina estava a R$ 6,99 em diversos postos em Curitiba nesta terça-feira (4). Até o dia 31, o preço estava entre R$ 6,17 e R$ 6,39 nos estabelecimentos da capital paranaense. Um dos motivos foi a mudança no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), prevista para entrar em vigor no sábado (1/2). O reajuste da alíquota do imposto era de R$ 0,10, mas o aumento da gasolina nos postos chegou a R$ 0,60.

Segundo a última pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP), divulgada na segunda-feira (3), o preço médio da gasolina em Curitiba era de R$ 6,35 — o preço mais baixo era de R$ 6,17 e o mais alto, de R$ 6,39. No domingo (2), ainda havia postos na cidade com os preços antigos.

Nas redes sociais, vários curitibanos comentaram o aumento. “A gasolina ontem estava 6,35 aqui em Curitiba, nem quero ver quanto que está hoje”, escreveu um internauta. “Aqui no meu país Curitiba a gasolina no posto que estava 6,29 já foi pra 6,99 hoje”, escreveu outro. “Meu Deus, a gasolina aqui em Curitiba foi pra R$ 7,00”, disse um terceiro.

O acréscimo no ICMS estadual era de R$ 0,10 por litro de gasolina e de R$ 0,06 para o litro de diesel. Desta forma, a alíquota passou de R$ 1,37 para R$ 1,47 (7,2%) para a gasolina, e de R$ 1,02 para R$ 1,12 (9,8%) por litro para o diesel.

Do preço antigo mais alto (R$ 6,39) para o valor de R$ 6,99, o reajuste é R$ 0,60 por litro, ou 9,3%. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado dos últimos 12 meses é de 4,83%.

Histórico

O reajuste do ICMS havia sido aprovado no ano passado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), com a justificativa de promover um sistema fiscal equilibrado entre os estados. Nessas horas, os estabelecimentos normalmente repassam o valor para os consumidores.

Na sexta-feira, véspera do aumento do ICMS, a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar) havia publiado uma nota segundo a qual o setor estimava um impacto significativo no valor do frete. Segundo a Fetranspar, o diesel representa 35% dos custos de uma operação.

O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, derivados de Petróleo, Gás Natural (Paranapetro), em nota, afirmou que “os postos não podem comprar diretamente de refinarias – são obrigados a comprar das distribuidoras. Assim, o principal fator para variação de valores é a política de preços das distribuidoras”.

Confira a nota da íntegra

Além da alta de impostos e da majoração do preço da Petrobras no diesel, as distribuidoras de combustíveis têm repassado aos postos significativas elevações tanto na gasolina como no diesel, alegando justificativas de mercado.

As duas principais são:

BIOCOMBUSTÍVEIS
Uma destas justificativas é disparada do etanol nas usinas de cana-de-açúcar. Somente nos dois últimos meses, as usinas elevaram o preço em mais de R$ 0,30 por litro, conforme dados do CEPEA/ESALQ.

Vale ressaltar que a alta do etanol tem reflexo direto na gasolina, pois toda a gasolina tipo C vendida no Brasil deve ter 27% de etanol na composição.

No caso do biodiesel, nos últimos seis meses ocorreu alta de 10% aproximadamente nos produtores. O teor obrigatório do biodiesel no diesel atualmente é de 14%.

MERCADO INTERNACIONAL E REFINARIAS PRIVADAS

Outro fator, segundo as distribuidoras, é o aumento da gasolina e do diesel no mercado internacional e em refinarias privadas. A Petrobras fornece cerca de 75% dos produtos para o mercado, sendo que o restante vem de importações ou refinarias privadas, cujos preços já vinham sofrendo forte elevação.

Conforme sinalizam as distribuidoras, os impactos destes fatores provavelmente estão sendo repassados aos postos desde sábado e ao longo desta semana.

Ressaltamos, ainda, que os postos não podem comprar diretamente de refinarias – são obrigados a comprar das distribuidoras. Assim, o principal fator para variação de valores é a política de preços das distribuidoras.