
Uma comissão oficial formada por Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, irá participar do debate nacional sobre a renovação das concessões ferroviárias, principalmente da Malha Sul. A decisão sobre a união dos esforços foi tomada em reunião entre os representantes dos estados citados ocorrida nesta terça, 8, e Florianópolis.
Leia mais:
A comissão pretende defender os interesses comuns na busca de melhorias na malha ferroviária. O secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, que acompanhou a reunião com os governadores Jorginho Mello (SC) e Eduardo Leite (RS), disse que trabalhar em bloco com o governo federal dará força para o projeto.
“Vamos trabalhar em conjunto. O governador Ratinho Junior se reuniu há poucos dias com o ministro dos Transportes, Renan Filho, que também está querendo discutir essa questão. Então há um entendimento de todas as partes para trabalhar pela melhor solução”,
afirmou.
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck, também participou do encontro.
Modal ferroviário é fundamental para o Paraná
O modal ferroviária é fundamental para o Paraná, que é um dos maiores exportadores de granéis agrícolas do País, principalmente do complexo soja e milho. Apenas o Porto de Paranaguá movimenta perto de 70 milhões de toneladas por ano, com cerca de 15 milhões da carga nesse modal.
“Queremos avançar nessa questão. Já estamos construindo o Moegão, uma obra de mais de R$ 590 milhões, para agilizar o transporte por ferrovias e estamos com a desestatização da Ferroeste em andamento, o que pode gerar novos investimentos no Estado. A união dos estados do Sul e do Mato Grosso do Sul fortalece o projeto de expansão do modal do Paraná”,
complementou.
- Duplicação em concreto da PRC-466 em Guarapuava alcança 40% de execução
- Obras da Ponte de Guaratuba chegam a 65% com destaque para avanço do trecho estaiado
Sandro Alex também reforçou a importância da resolução da Malha Sul, que inclui o trecho da Serra do Mar do Paraná. A concessão de uso da ferrovia de cerca de 2 mil quilômetros pertence à empresa Rumo Logística, que tem autorização para operar no Paraná até 2027. Há discussões em andamento sobre a possibilidade de renovação do contrato ou realização de um novo leilão. A concessão atual da Ferroeste, de 248 quilômetros entre Cascavel a Guarapuava, pode entrar nessa discussão.
“Nós estamos querendo uma solução. O Paraná tem a quarta maior economia do Brasil e vai defender novos investimentos junto ao governo federal”, disse Alex.
Futuro da concessão da ferrovias nos outros estados
No encontro, também foi debatido o futuro da concessão nos outros três estados. No caso do Rio Grande do Sul, dos 3.823 quilômetros originalmente concedidos na Malha Sul, apenas 921 estão operacionais após os danos causados pelas enchentes de 2024. O governador Eduardo Leite defendeu que é essencial garantir que a Região Sul tenha protagonismo na definição do novo modelo.
“Não se trata apenas de defender um modal logístico, mas de impedir a desarticulação de uma infraestrutura estratégica para o desenvolvimento regional”, disse.
Assim que a comissão for fechada, os representantes dos estados vão estabelecer uma mesa de diálogo com o governo federal para discutir as questões.