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Taxa de pobreza na RMC atingiu 11% da população e renda domiciliar per capita foi de R$ 3.078 em 2024 (Foto: Franklin de Freitas)

A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) apresenta a segunda menor taxa de pobreza e o terceiro maior rendimento médio domiciliar per capita entre todas as regiões metropolitanas brasileiras. É isso o que aponta o Boletim Desigualdade nas Metrópoles, produzido pelo Observatório das Metrópoles, pela PUC-RS e pela UFRJ.

O levantamento, que usa como base dados do IBGE, aponta que a renda domiciliar per capita na Grande Curitiba foi de R$ 3.078 em 2024. Apenas as regiões metropolitanas de Florianópolis (R$ 3.528) e Brasília (R$ 3.276) tiveram números superiores. Além disso, a média das 22 principais regiões metropolitanas do Brasil ficou em R$ 2.475.

O resultado representa um salto da RMC nesse ranking. Em 2021, durante a pandemia, a renda na região paranaense era de R$ 2.156, o que a colocava na sexta posição. De lá para cá, a RMC superou as regiões metropolitanas de Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro.

Ademais, em 2024 a taxa de pobreza na RMC atingiu 11% da população, segundo o IBGE. Apenas a Grande Florianópolis tem índice menor, de 6,8%. A média entre as regiões metropolitanas brasileiras é de 19,4%. Em 2021, a taxa em Curitiba era de 18,2%. Ao mesmo tempo, a extrema pobreza também recuou na Capital e entorno, passando de 2,5% (2021) para 1,7% (2024).

Para o presidente da Agência de Assuntos Metropolitanos (Amep) e presidente do Fórum Nacional das Entidades Metropolitanas, Gilson Santos, os dados reforçam a força estrutural da RMC como polo econômico, com destaque para a qualificação da força de trabalho, a resiliência do emprego formal e a presença do setor de serviços e da indústria de transformação, que sustentaram nívels elevados de renda.

“São fatores que ajudam a colocar a região na terceira posição em renda per capita entre as metrópoles brasileiras”< aponta ele, comentando ainda os fatores que favoreceram a queda da desigualdade. “A elevação da renda na base da população, especialmente entre os 40% mais pobres, aliada à recuperação econômica e ao papel dos programas de transferência de renda, contribuiu para reduzir as desigualdades mais críticas, fazendo com que a RMC registrasse em 2024 o segundo menor índice de pobreza do país e a quarta menor taxa de extrema pobreza”, observou Gilson.

Quatro entre cada dez moradores de Curitiba estão na classe C

Considerando apenas a capital, Curitiba registrou nos últimos crescimento das camadas de maior renda e redução dos estratos mais pobres. Com isso, tornou-se a capital brasileira com a maior participação da classe C no país: 40,9% da população, o equivalente a quatro entre cada dez moradores da cidade. Os dados são do estudo Classes de Renda no Rio, divulgado em junho pela Prefeitura do Rio de Janeiro, com base em informações do IBGE. Curitiba aparece à frente de Goiânia (38%), Palmas (37,9%) e Campo Grande (37,4%).

Entre 2020 e 2023, a elevação da renda e a redução da pobreza em Curitiba resultaram no ingresso de 27,7 mil pessoas na classe C, além do aumento de 13,5 mil pessoas na classe A e 15,6 mil na classe B. Em contrapartida, as classes mais pobres diminuíram: cerca de 14,3 mil pessoas deixaram as classes D e E no período. Hoje, a capital paranaense tem o segundo menor percentual de população nas classes D e E (25,1%), atrás apenas de Florianópolis (16,5%).