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Divulgação

A greve dos metalúrgicos da Renault \Horse, em São José dos Pinhais, entrou no 26º dia de paralisação neste sábado (1) . A principal reivindicação dos trabalhadores é pela contratação de mais empregados para suprir o ritmo intenso da linha de produção que tem sobrecarregado os funcionários colocando sua saúde e segurança em risco.

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Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC, o índice de engajamento do trabalhador na linha de produção que está em 95%. Isso significa que dentro do processo de trabalho, o trabalhador tem apenas 5% de tempo para dar “uma respirada” ou ir ao banheiro. O Sindicato cobra que a empresa baixe esse índice para 85% ou menos.

Demora para conseguir ir no banheiro

Além disso, a falta de trabalhadores absenteístas, que fazem o revezamento na linha de produção com trabalhadores que precisam ir ao banheiro, por exemplo, é outro fator que tem gerado transtornos dentro da fábrica. Devido a falta do absenteístas, há relatos de trabalhadores que tiveram de esperar até 40 minutos para utilizar o banheiro. Também faltam trabalhadores para cobrir metalúrgicos que folgam ou se ausentam do trabalho. Essa situação acaba sobrecarregando os demais empregados.

Como solução para a situação, o SMC propõe a contratação de, pelo menos, um trabalhador absenteísta setor, ou seja, cerca de 300 trabalhadores para suprir a demanda da linha de produção.

Outras reivindicações nesse sentido, são a melhoria do plano de saúde e a implantação de um plano de cargos e salários para o setor da logística.

“A luta dos trabalhadores é para que consigam preservar sua saúde e segurança no local de trabalho. Infelizmente, a Renault tem insistido em empurrar uma proposta que já foi rejeitada três vezes pelos trabalhadores e, simplesmente, se negado a negociar demais alternativas numa postura lamentável de falta de diálogo. O resultado dessa falta de maturidade da empresa são trabalhadores de braços cruzados pela preservação da sua saúde”, diz o presidente do SMC, Sérgio Butka.

Proposta rejeitada


Na assembleia da última terça (28), os trabalhadores rejeitaram a mesma proposta oferecida pela montadora pela terceira vez consecutiva. Na proposta, a empresa oferece a contratação de 50 novos trabalhadores; R$ 25 mil de Participação nos Lucros e Resultados para um volume de produção de 201 mil carros\ano; e o reajuste salarial pelo INPC

Pauta econômica


Além da pauta social, os trabalhadores também reivindicam:

  • PLR: Mínimo de R$ 30 mil com valor da 1ª parcela de R$ 18 mil para um volume de produção de 201 mil veículos
  • Reajuste salarial baseado no INPC (previsão de 3,66%) + PIB 2022 (3,02%) = 6,80%
  • Reajuste do Vale Mercado: 6,80% (da conta acima) + a incorporação da defasagem salarial do INPC de 2020 à 2024 (8,82%) – Hoje, o VM está no valor de R$ 1040,00, com o reajuste passaria para cerca de R$ 1700,00.


Como a empresa começou a cortar os salários dos trabalhadores, o Sindicato está liberando um fundo de greve de até R$ 1 mil por trabalhador associado. Ao aderir o fundo o trabalhador estará doando R$ 20 para ajudar o SOS Rio Grande do Sul.

Horse


A fábrica da Renault possui cerca de 5 mil trabalhadores (3.500 da produção e 1.500 administrativos) em dois turnos. Os modelos produzidos são a OROCH, MASTER, KARDIAN SUV, KWID E A DUSTER. A produção diária da fábrica atualmente é de cerca de 800 veículos por dia. A fábrica tem capacidade máxima para produzir cerca de 1.380 veículos\dia.

Já a fábrica da Horse, que produz os motores da Renault, possui cerca de 600 trabalhadores, fabrica atualmente 900 motores\dia.