Às vésperas da entrada em vigor da tarifa de 50% imposta aos produtos brasileiros nos Estados Unidos (nesta sexta-feira, 1° de agosto), governo e empresários ainda se esforçam por um acordo ou adiamento de data.

Segundo a ministra do Planejamento, Simone Tebet, há uma tentativa do Executivo, junto com o Legislativo e o setor privado, de diálogo com os Estados Unidos. Ela ponderou que há um viés complicador nas conversas entre Brasil e EUA, que é a mistura da questão econômica com a política e ideológica.

“Isso torna ainda mais complexo o processo de negociação, porque está exigindo que o governo brasileiro explique que o que está sendo vendido para os secretários americanos e para o próprio presidente Donald Trump não é verdade. Estão vendendo uma mentira em relação ao Brasil”, ressaltou nesta quarta-feira (30).

A ministra enfatizou que o governo brasileiro entende que não deve haver retaliação às tarifas americanas. Adicionalmente, Tebet repetiu que a reação do Executivo será voltada à proteção dos setores produtivos impactados pela taxação.

“Nós teremos medidas de contingência que, neste momento, não passam por uma retaliação tarifária. Nós temos consciência de que temos que proteger a economia brasileira”, disse.

De acordo com a ministra, o Brasil precisa tanto da parceria comercial com os Estados Unidos quanto com o Brics, destacando que cerca de 50% das exportações brasileiras são voltadas para a Ásia.

Efeito no fiscal

Tebet afirmou ainda que os bancos públicos, como o BNDES e o Banco do Brasil, estarão envolvidos na ajuda aos setores afetados pela taxação de 50% do governo americano e que não necessariamente isso aparecerá no fiscal.

“Vejo o fiscal mais como um suporte a essas medidas de contingência, com toda a responsabilidade, porque nós temos metas para cumprir, mas a determinação do presidente é de não deixar ninguém para trás”, avaliou a ministra.