0d8a1373
Selic, juros altos e investimentos (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

Com a manutenção da taxa Selic em 15% anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) na semana passada, abre uma janela estratégica para quem busca diversificar investimentos. Essa é a avaliação de especialistas da XP.

O comunicado pós-reunião reforçou que a política monetária seguirá em território restritivo por um “período bastante prolongado”, citando que a inflação segue acima da meta e que o mercado de trabalho permanece aquecido.

O documento também destacou que o cenário global está “mais adverso e incerto” e que o Banco Central acompanhará de perto os impactos das tarifas norte-americanas sobre a economia brasileira.

Para Rodolfo Margato, economista da XP, o tom da comunicação foi neutro, sem novidades capazes de mudar a expectativa do mercado. “Projetamos Selic estável em 15% até o fim de 2025 e início do ciclo de cortes apenas em janeiro de 2026, com a taxa chegando a 12,5% no início do segundo semestre do próximo ano”, afirma.

Segundo Camilla Dolle, Analista de Renda Fixa da XP, a decisão do Copom não deve mexer significativamente na curva de juros. “Os impactos mais relevantes virão das tarifas norte-americanas, e não da condução da política monetária”, avalia.

Na avaliação de Renato Sarreta, líder da XP no Sul, o impacto da Selic é negativo, especialmente para o agronegócio. “Nossa região depende de crédito rural e financiamento de máquinas e insumos. A manutenção da Selic em patamar elevado encarece essas linhas de crédito. O agronegócio do Estado pode adiar investimentos em tecnologia e expansão com o custo do crédito nesse nível”, observa.

O líder destaca que, uma vez encerrado o ciclo de alta da taxa Selic, alinhados ao time alocação, será crucial para os investidores manterem carteiras equilibradas entre todas as classes de ativos, porém, ainda com uma maior exposição em renda fixa, mix entre ativos pós-fixados, de inflação e prefixados.

“Cautela e seletividade para calibrar a exposição a diferentes riscos (de crédito, de prazo e de oscilações de mercado), uma vez que ainda enfrentamos muitas incertezas macroeconômicas e geopolíticas globais no curto prazo, além dos desafios políticos e fiscais no Brasil.”, reforça Sarreta.