
O governo prepara um novo modelo de crédito habitacional. As mudanças serão anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em evento na próxima sexta-feira (10), em São Paulo.
O novo modelo deve injetar, de forma imediata, pelo menos R$ 20 bilhões em recursos para a contratação de financiamentos para a compra da casa própria.
A transição para o novo modelo prevê a liberação de uma parcela de 5% dos recursos da poupança, hoje parada em depósitos compulsórios no Banco Central. Essa transição deve durar até o fim de 2026. Já o novo modelo deve entrar em pleno funcionamento em 2027.
A partir disso, o valor adicional efetivamente disponível vai depender da adesão inicial dos bancos que operam o crédito imobiliário. No caso da Caixa Econômica Federal, líder do segmento, esse montante equivale a algo entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões.
A Caixa Econômica Federal deve entrar forte no novo modelo de crédito habitacional, por isso o valor da liberação de seu compulsório é tratado pelos técnicos como uma espécie de piso para a nova política neste momento.
O valor disponível pode ficar maior à medida que outros bancos que também têm recursos parados no compulsório façam a adesão.
Segundo pessoas que participam das discussões, 80% do valor liberado irá para o SFH (Sistema Financeiro de Habitação), com taxa de juros máxima de 12% ao ano. Os outros 20% irão para o SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário), que concede empréstimos a taxas de mercado.
Como mostrou a Folha, o novo modelo de crédito habitacional vai fixar um prazo para o uso mais flexível dos recursos da poupança pelas instituições financeiras. Ao fim do período, os bancos precisarão conceder novos financiamentos imobiliários para continuar usufruindo dos recursos da caderneta com maior liberdade na aplicação.