
O Paraná registrou no terceiro trimestre de 2024 sua menor taxa de desocupação dos últimos dez anos, ostentando ainda um dos melhores desempenhos do mercado de trabalho de todo o país. Curitiba, por outro lado, viu o desemprego avançar e a renda cair no mesmo período. É o que revelam dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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De acordo com o levantamento, a taxa de desocupação no estado recuou de 4,4% para 4,0% entre o segundo e o terceiro trimestre do ano. No período, a população ocupada no subiu de 6,006 milhões para 6,045 milhões, ao passo que a população desocupada recuou de 279 mil para 253 mil.
Trata-se do melhor desempenho do mercado de trabalho paranaense nos últimos 10 anos. Ao longo da atual série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012, em apenas duas ocasiões a taxa de desocupação no estado foi menor. Isso ocorreu no quarto trimestre de 2013 e no mesmo trimestre de 2014, quando o valor registrado foi de 3,8%.
Como todos os anos a taxa de desocupação recua no último trimestre, é de se esperar uma nova queda entre outubro e dezembro, com o Paraná se aproximando ainda mais dos recordes históricos.
Ademais, o desempenho do estado é consideravelmente superior à média nacional. No Brasil, a taxa de desocupação entre julho e setembro ficou em 6,4%. Entre as 27 unidades da federação, apenas Rondônia (2,1%), Mato Grosso (2,3%), Santa Catarina (2,8%) e Mato Grosso do Sul (3,4%) registraram índices menores que o paranaense.
Histórico da taxa de desocupação no Paraná
Trimestre | Taca de desocupação |
1º trimestre 2012 | 5,6 |
2º trimestre 2012 | 5,3 |
3º trimestre 2012 | 4,7 |
4º trimestre 2012 | 4,5 |
1º trimestre 2013 | 4,9 |
2º trimestre 2013 | 4,6 |
3º trimestre 2013 | 4,3 |
4º trimestre 2013 | 3,8 |
1º trimestre 2014 | 4,2 |
2º trimestre 2014 | 4,3 |
3º trimestre 2014 | 4,2 |
4º trimestre 2014 | 3,8 |
1º trimestre 2015 | 5,4 |
2º trimestre 2015 | 6,2 |
3º trimestre 2015 | 6,2 |
4º trimestre 2015 | 5,9 |
1º trimestre 2016 | 8,2 |
2º trimestre 2016 | 8,2 |
3º trimestre 2016 | 8,6 |
4º trimestre 2016 | 8,2 |
1º trimestre 2017 | 10,4 |
2º trimestre 2017 | 9 |
3º trimestre 2017 | 8,5 |
4º trimestre 2017 | 8,3 |
1º trimestre 2018 | 9,7 |
2º trimestre 2018 | 9,1 |
3º trimestre 2018 | 8,7 |
4º trimestre 2018 | 7,9 |
1º trimestre 2019 | 9 |
2º trimestre 2019 | 9,1 |
3º trimestre 2019 | 9,1 |
4º trimestre 2019 | 7,4 |
1º trimestre 2020 | 8 |
2º trimestre 2020 | 9,6 |
3º trimestre 2020 | 10,5 |
4º trimestre 2020 | 10,1 |
1º trimestre 2021 | 9,4 |
2º trimestre 2021 | 9 |
3º trimestre 2021 | 8 |
4º trimestre 2021 | 7 |
1º trimestre 2022 | 6,8 |
2º trimestre 2022 | 6,1 |
3º trimestre 2022 | 5,3 |
4º trimestre 2022 | 5,1 |
1º trimestre 2023 | 5,4 |
2º trimestre 2023 | 4,9 |
3º trimestre 2023 | 4,6 |
4º trimestre 2023 | 4,7 |
1º trimestre 2024 | 4,8 |
2º trimestre 2024 | 4,4 |
3º trimestre 2024 | 4 |
Curitiba na contramão: desemprego em alta e renda em queda
Na contramão do restante do estado, Curitiba viu o desempenho de seu mercado de trabalho piorar no último trimestre, aponta a pesquisa do IBGE.
A taxa de desocupação entre julho e setembro, por exemplo, ficou em 5,7%. O valor é consideravelmente maior ao registrado entre abril e junho deste ano (de 4,9%) e no terceiro trimestre de 2023 (5,1%). Fica atrás, também, do verificado em outras oito capitais, entre elas Florianópolis (3,9%) e Porto Alegre (5,5%)
Além disso, o rendimento médio mensal dos trabalhadores paranaenses cresceu de R$ 3.558 para R$ 3.645 entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano. Já entre os curitibanos, o valor recuou de R$ 5.354 para R$ 5.315 no mesmo período. Ainda assim, o é um rendimento médio maior que o verificado entre julho e setembro do ano passado (R$ 4.727).
Histórico da taxa de desocupação em Curitiba
Trimestre | Taxa de desocupação |
1º trimestre 2012 | 5,2 |
2º trimestre 2012 | 5,2 |
3º trimestre 2012 | 4,8 |
4º trimestre 2012 | 3,7 |
1º trimestre 2013 | 4,7 |
2º trimestre 2013 | 4,3 |
3º trimestre 2013 | 4,7 |
4º trimestre 2013 | 5,1 |
1º trimestre 2014 | 3,6 |
2º trimestre 2014 | 3,7 |
3º trimestre 2014 | 3,7 |
4º trimestre 2014 | 4,3 |
1º trimestre 2015 | 6,1 |
2º trimestre 2015 | 5,7 |
3º trimestre 2015 | 6,5 |
4º trimestre 2015 | 5,6 |
1º trimestre 2016 | 10,8 |
2º trimestre 2016 | 10,3 |
3º trimestre 2016 | 10,1 |
4º trimestre 2016 | 8,7 |
1º trimestre 2017 | 11,3 |
2º trimestre 2017 | 10,6 |
3º trimestre 2017 | 10,7 |
4º trimestre 2017 | 9,7 |
1º trimestre 2018 | 10,6 |
2º trimestre 2018 | 10,7 |
3º trimestre 2018 | 8,7 |
4º trimestre 2018 | 7,7 |
1º trimestre 2019 | 8,4 |
2º trimestre 2019 | 9,1 |
3º trimestre 2019 | 10,2 |
4º trimestre 2019 | 7,8 |
1º trimestre 2020 | 9,5 |
2º trimestre 2020 | … |
3º trimestre 2020 | … |
4º trimestre 2020 | … |
1º trimestre 2021 | … |
2º trimestre 2021 | … |
3º trimestre 2021 | … |
4º trimestre 2021 | … |
1º trimestre 2022 | … |
2º trimestre 2022 | 7,4 |
3º trimestre 2022 | 6,1 |
4º trimestre 2022 | 6 |
1º trimestre 2023 | 5,5 |
2º trimestre 2023 | 5,3 |
3º trimestre 2023 | 5,1 |
4º trimestre 2023 | 5,3 |
1º trimestre 2024 | 5,8 |
2º trimestre 2024 | 4,9 |
3º trimestre 2024 | 5,7 |
Recorde de mulheres no mercado de trabalho
O número de mulheres ocupadas atingiu 2,617 milhões no Paraná no último trimestre, aponta ainda o IBGE. Esse resultado é o maior da série histórica. Em relação ao 2º trimestre deste ano, quando o total de mulheres paranaenses ocupadas alcançou 2,575 milhões, o incremento foi da ordem de 42 mil. Já em comparação ao mesmo período do ano passado, o recente resultado divulgado representa aumento de 116 mil mulheres em atividade laboral no estado.
Consequentemente, a taxa de desocupação feminina apresentou recuo expressivo, caindo para 4,8% no 3º trimestre deste ano. A título de ilustração, no 1º trimestre de 2019, 11,3% das paranaenses que procuravam emprego não alcançavam o objetivo, ou seja, a taxa de desocupação entre as mulheres declinou para menos da metade no Paraná nos últimos seis anos.
Jorge Callado, diretor-presidente do Ipardes, destaca que os efeitos positivos da expansão do mercado de trabalho paranaense são abrangentes, beneficiando homens e mulheres e todas as faixas de idade e instrução. “É a política social com os resultados mais efetivos”, afirma.
Um dos maiores porcentuais de trabalhadores com carteira e uma das menores taxas de informalidade
No terceiro trimestre de 2024, entre os empregados do setor privado do Paraná, 81,6% tinham carteira de trabalho assinada. Trata-se de um porcentual bem acima da média nacional (73,1%) e o segundo melhor resultado do país, atrás apenas do registrado em Santa Catarina (87,3%) e logo a frente de São Paulo (81%).
Da mesma forma, a taxa de informalidade no estado, de 31,4%, é uma das menores do país. Só Santa Catarina (26,8%), Distrito Federal (30,2%) e São Paulo (30,6%) registraram índices melhores, enquanto a taxa no Brasil foi de 38,8%.
Para o cálculo da proxy de taxa de informalidade da população ocupada são considerados os empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada, os empregados domésticos sem carteira de trabalho assinada, os empregadores sem registro no CNPJ, os trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e os trabalhadores familiares auxiliares.
Já o porcentual de desalentados (1,0%) ficou também bem abaixo da média nacional (2,7%) e foi um dos melhores resultados do país. Apenas Santa Catarina (0,3%) uma proporção menor de pessoas que desistiram procurar um emprego.