
O México suspendeu a importação de produtos avícolas do Brasil, informou a Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural do país em comunicado. O governo mexicano alega que a medida foi tomada para “proteger a indústria avícola local” e que trata-se de uma suspensão preventiva. A suspensão vale para a importação de carne de frango, ovos férteis e aves vivas, entre outros produtos avícolas. E como o Paraná é o maior produtor nacional de frangos (confira mais detalhes logo abaixo), é possível que a medida acabe afetando, em alguma medida, a economia local.
Na nota, a secretaria informou que o Ministério da Agricultura do Brasil comunicou o Serviço Nacional de Saúde, Segurança e Qualidade Agroalimentar (Senasica) na quinta-feira, 15 de maio, sobre um foco de gripe aviária (influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) H5N1) em território brasileiro. “Portanto, o México decidiu suspender a importação de produtos avícolas do Brasil enquanto recebe informações de saúde animal sobre a resposta ao surto”, informou o governo mexicano. A suspensão ocorre após a confirmação do primeiro foco de gripe aviária em granja comercial de produção de matrizes em Montenegro, no Rio Grande do Sul.
O governo mexicano ressalta ainda que a decisão foi tomada para evitar riscos à saúde animal na produção avícola nacional. “Portanto, carne de aves, ovos férteis, ovos livres de patógenos específicos (SPF), frangos de até três dias de idade, vísceras de aves para consumo humano e matérias-primas de aves para produção de alimentos para animais de estimação não poderão entrar. Aves canoras, ornamentais e de rapina também não poderão entrar no país”, detalhou a secretaria no documento.
A suspensão pelo México já era esperada pelo governo brasileiro. Como mostrou ontem o Broadcast Agro, o protocolo acordado entre Brasil e México prevê a restrição à certificação para exportação de produtos de todo o território brasileiro para o país em caso de ocorrência de gripe aviário em plantel comercial. “A tendência é que haja suspensão neste primeiro momento”, disse o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, ao Broadcast.
Até o momento, além do México, estão suspensas as exportações de carne de aves e subprodutos do Brasil para China, União Europeia (UE), Argentina, Uruguai e Chile. Ao todo, os embarques do frango brasileiro de todo o território nacional atingem seis destinos após a detecção de influenza aviária de alta patogenicidade em uma granja comercial no País. Coreia do Sul, África do Sul e Rússia tendem a também suspender compras de frango do Brasil em um primeiro momento em virtude dos protocolos de exportação acordados. O Ministério da Agricultura estima que o Brasil pode deixar de exportar de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões de frango e derivados por mês.
Paraná é o maior produtor nacional de frangos
O Paraná liderou o crescimento nacional da produção de frangos e suínos no ano passado, de acordo com as Estatísticas da Produção Pecuária de 2024, divulgadas nesta terça-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado produziu 53,3 milhões de frangos e 281,4 mil cabeças de suínos a mais em 2024 em relação a 2023, além de acumular altas também na produção bovina, de ovos e de leite.
Na avicultura, o Estado se mantém como líder absoluto, sendo responsável por 34,2% da produção de frango no País. O setor teve um crescimento de 2,47% no abate em relação ao ano anterior, somando mais de 2,2 bilhões de aves produzidas no ano passado no Paraná, superando o recorde de 2023, quando esse número chegou 2,15 bilhões de unidades.
Em todo o País, o abate de frangos alcançou 6,46 bilhões de cabeças em 2024, um incremento de 2,7% em relação a 2023, representando um novo recorde na série histórica. Foram abatidas 172,73 milhões de cabeças de frangos a mais em 2024 em relação ao ano anterior, com aumentos em 19 das 25 unidades da federação que participam da pesquisa. A região Sul concentra a maior parte da produção avícola, com Santa Catarina respondendo por 13,8% e o Rio Grande do Sul por 11,4% no número de frangos abatidos no ano passado.