TEMPO FECHADO EM CURITIBA NUBLADO
(Franklin de Freitas)

Em 2022, a proporção de paranaenses que viviam em domicílios alugados manteve a trajetória de crescimento e chegou a 22,01% da população. Em 2000, essa parcela era de 12,85% e, em 2010, de 17,71%. Em cima desses dados, o crescimento foi de 71% entre 2000 e 2022. Ainda assim, há um considerável predomínio dos domicílios próprios, com 70,84% da população residindo em domicílios de propriedade de algum dos moradores (já pago, herdado, ganho ou ainda pagando).

Já 6,32% da população vivia em domicílios cedidos ou emprestados (por empregador, familiar ou outra forma) e 0,83% em outras condições de ocupação. Em 2000, essas proporções eram de 74,92% para domicílios próprios, 11,2% para os cedidos e 1,04% em outras condições, e, em 2010, 72,45%, 9,11% e 0,73%, respectivamente. Os dados são do “Censo Demográfico 2022: Características dos domicílios – Resultados preliminares da amostra”, divulgado ontem pelo IBGE.

A proporção de paranaenses que vivem de aluguel não está distante da média nacional. No País, Uma a cada cinco pessoas no Brasil mora de aluguel. Essa porcentagem, que era 12,3% em 2000, vem crescendo desde então e, em 2022, alcançou a marca de 20,9%, assim como no Paraná.

A maior parte dos domicílios alugados é ocupada por pessoas que vivem sozinhas (27,8%) ou famílias monoparentais (35,8%), ou seja, em que apenas um dos pais é responsável pelos filhos – na maioria dos casos, a responsável é a mãe.

“É difícil apenas pelo Censo a gente ter uma interpretação da causalidade que motivou essa transformação, mas o que a gente pode dizer é que é um fenômeno nacional”, diz o analista da divulgação do Censo, Bruno Mandelli.

Sobe e desce
Em 1980, 19,9% da população morava de aluguel. Essa porcentagem caiu para 14,1% em 1991 e 12,3% em 2000. Em 2010, houve um aumento, para 16,4% e, em 2022, a tendência se manteve, alcançando 20,9%.

Segundo o estudo, os aluguéis são também a opção da população mais jovem. A participação dos domicílios alugados demonstra crescimento expressivo na passagem da faixa de 15 a 19 anos para a faixa de 20 a 24 anos, atingindo a maior participação, para as pessoas de 25 a 29 anos – 30,3% dessa faixa etária estão em moradias alugadas.

“Essas faixas etárias coincidem com idades típicas de processos muitas vezes associados à saída do jovem da casa de seus pais, como ingresso no mercado de trabalho ou no ensino superior. Nas faixas etárias seguintes, a proporção decai gradualmente, até atingir o menor valor, 9,2%, no grupo de idade mais elevada (70 anos ou mais)”, analisa a publicação.

Aluguel residencial interrompe desaceleração e sobe em novembro
O aluguel residencial interrompeu a desaceleração dos últimos meses com alta de 0,93% em novembro, segundo o Índice FipeZAP. O resultado de novembro foi o dobro da variação registrada no mês anterior (+0,46%).
Considerando as 36 cidades acompanhadas no índice, 32 apresentaram valorização do aluguel, incluindo 20 das 22 capitais que integram a lista: São Luís (+2,57%); Salvador (+2,52%); Brasília (+1,76%); Teresina (+1,47%); Porto Alegre (+1,31%); Recife (+1,23%); Belo Horizonte (+1,19%). Curitiba viu alta de 0,90%.
Mo balanço parcial de 2024, até novembro, o Índice FipeZAP de Locação Residencial acumulou uma alta de 12,45% no ano, acima do IPCA/IBGE (+4,29%) e do IGP-M/FGV (+5,55%). Em Curitiba alta acumulada no ano é de 14,74% e nos últimos 12 meses de 16,79%.

O resultado interrompeu a desaceleração do índice, observada entre junho (+1,43%) e outubro (+0,46%). Entre os imóveis disponíveis para locação, as unidades que possuíam apenas um dormitório apresentaram uma valorização relativamente mais acentuada no mês (+1,19%).