O nascimento do segundo filho foi determinante para a revelação que o lado B era na verdade o lado A da jornalista Danielle Milarski, da fisioterapeuta Amanda Lopes e da psicóloga Juliana Bibow. Para acompanhar o crescimento dos pequenos, a maternidade fez as primas buscarem nas lembranças de infância o real talento de cada uma. Elas montaram os seus negócios: Vódia Mimos Artesanais, Amanda Lopes Bolos Artísticos e Ju Bibow Cupcakes. Temos trabalho agendado para os próximos meses e sempre acaba aparecendo uma ou outra coisa, afirmam, quando questionadas sobre o desempenho dos novos empreendimentos. Danielle foi a primeira a trilhar este caminho. Quando acabou a minha licença-maternidade eu já tinha decidido que não iria retornar ao meu posto na comunicação da ALL (América Latina Logística), pois me dei conta de quanto eu estava perdendo por não acompanhar mais de perto o crescimento da Sofia, que já estava com quatro anos, e do André que tinha acabado de nascer, conta. A história das três primas Danielle, Amanda e Juliana representa um novo caminho, rentável e que preserva da qualidade de vida, segundo análise do professor Eduardo Maróstica, coordenador do MBA de Empreendedorismo e Gestão de Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele ressalta ainda que esse caminho além do ganho familiar apresenta rentabilidade atrativa.Este espírito empreendedor, seja inspirado ou não pelo sentimento da maternidade, tem crescido entre as mulheres mais que entre os homens nos últimos anos, segundo a Pesquisa GEM, feita em 69 países, entre eles o Brasil. O estudo revela que 65% das iniciativas de empreendedorismo entre as mulheres nasceu a partir da identificação de uma oportunidade de mercado. Os dados revelam uma forte mudança no perfil das empreendedoras nos últimos dez anos, quando em 2002 esse porcentual era de apenas 39%.Maróstica ressalta que a primeira coisa que um empreendedor deve questionar em si mesmo é sobre a necessidade de buscar constantemente desafios. Você precisa saber se tens cenário de impermanência, ou seja, se busca por algo que não sabe exatamente o que é e que precisa de desafios contínuos, explica.Em seguida, deve se perguntar sobre a afinidade com a área escolhida, a preparação, o plano de negócios, as reservas e o estudo do cenário onde de pretende atuar. Segundo o professor, nestes dois pontos, as três empreendedoras personagens acertaram quando trabalharam as habilidades que já tinham e lhes davam prazer, acrescidas da busca de formação e aprimoramento. Além disso, Maróstica aponta como essencial a procura de ajuda do Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa (Sebrae). Depois pesquise muito bem o mercado, procure conhecer o máximo possível do negócio que irá montar e, principalmente, não acredito em milagres e falsa promessas, com pirâmides de marketing multi-nível, ressalta.Outro ponto a ser considerado por quem quer montar um negócio é ter em mente que para dar certo, não é necessário que o negócio nasça de um hobby do empreendedor. Não necessariamente o que você gosta, vai lhe dar dinheiro, logo o importante é conciliar o melhor dos mundos, mercado de oportunidades com aquilo que se gosta. Quando você faz o que gosta, faz melhor do que os outros, finaliza.
Sucesso