Economia

Orçamento de Curitiba para 2026 passa de R$ 15 bilhões, e será o maior da história da cidade

Mario Akira
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Orçamento 2026 foi entregue na Câmara (Foto: Valquir Kiu Aureliano/SECOM)

Curitiba deve ter o maior orçamento da sua história em 2026. O projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) prevê receitas e despesas brutas de R$ 15,42 bilhões para o município no próximo ano. O volume é 6,3% superior ao previsto na LOA de 2025, de R$ 14,5 bilhões.

A previsão é investir R$ 1,86 bilhão em 2026, 73% mais do que os 1,07 bilhão projetados na LOA 2025.

O projeto da LOA foi entregue pelo prefeito Eduardo Pimentel, na manhã desta quinta-feira (25), ao presidente da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), Tico Kuzma. O prefeito também apresentou, durante o encontro, o Plano Plurianual 2026-2029, que prevê R$ 60,16 bilhões em políticas públicas e e investimento de R$ 5,38 bilhões no período. O legislativo deve votar os dois projetos até o fim do ano legislativo.

O prefeito destacou a transparência do processo e a participação da população na construção da proposta orçamentária.

“Foi uma construção muito importante, ouvindo a população nas audiências públicas do Fala Curitiba. A partir de hoje e nos próximos 60 dias a nossa expectativa é que ela seja analisada pelos vereadores, que vão propor emendas, e que ela seja aprovada em dezembro”, disse o prefeito, acompanhado dos secretários de Planejamento, Finanças e Orçamento, Vitor Puppi, do Governo Municipal, Marcelo Fachinello, e e do líder do governo na CMC, Serginho do Posto.

O presidente da Câmara ressaltou a entrega antecipada da LOA e do PPA pelo prefeito, já que o prazo para o Executivo apresentar as propostas vai até 30 de setembro. “Com isso, nossa previsão é votar as duas peças até 10 de dezembro desse ano, dez dias antes do fim do ano legislativo”, previu.

A LOA toma como base a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada em junho pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Para elaboração da LOA foram consideradas algumas projeções econômicas para o próximo ano, como crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,88%, inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,56%, e taxa de juros (Selic), de 12,50%.

Recursos próprios e orçamento líquido

O orçamento líquido para 2026 é de R$ 14,56 bilhões, já descontadas as operações intra-orçamentárias (que são realizadas entre órgãos do próprio governo).

Saúde e Educação são as áreas com maior participação no próximo ano, com 41% do total do orçamento.

As receitas correntes devem somar R$ 13,34 bilhões, as de capital, R$ 1,22 bilhão, e as intra-orçamentárias, R$ 862 milhões. Assim como vem ocorrendo nos últimos anos, Curitiba tem garantido a maior parte do seu orçamento com recursos do próprio município, segundo o secretário Vitor Puppi.

Das receitas correntes, R$ 8,23 bilhões (57,2%) devem vir do próprio município, R$ 2,26 bilhões (18%) de transferências da União e R$ 1,66 bilhão (11,8%) de transferências do Estado.

A projeção é de uma arrecadação de Imposto sobre Serviços (ISS) – principal fonte de recursos do município – de R$ 2,81 bilhões; receitas de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de R$ 1,74 bilhão; de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) de R$ 764 milhões; e de Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) de R$ 658,97 milhões.

As operações de crédito devem somar R$ 715 milhões, as transferências de capital previstas são R$ 413,6 milhões e outras receitas de capital devem totalizar R$ 92,1 milhões.

Investimentos
Do ponto de vista das despesas, estão previstos gastos correntes (R$ 13,03 bilhões), de capital (R$ 2,2 bilhões) e reserva de contingência de R$ 185,5 milhões.

Entre os gastos correntes, R$ 6,97 bilhões são destinados a custos de pessoal e encargos e R$ 139 milhões em juros e encargos da dívida.

Do total de R$ 1,86 bilhão previstos em investimentos para 2026, R$ 727 milhões virão de recursos do Tesouro do município e R$ 1,13 bilhão de outras fontes, como operações de crédito.

Os recursos serão usados em vários projetos para melhorar a vida da população, como pavimentação, construção de casas, de calçadas e ciclovias, revitalização de parques e bosques, reforma de escolas, ampliação e modernização da iluminação pública.

Nessa lista estão ainda projetos de grande porte: o novo Inter 2, o Ligeirão Leste/Oeste, o projeto de gestão de risco climático Bairro Novo do Caximba, a implantação de cinco novas unidades básicas de saúde e espaços de saúde, reforma de 14 unidades básicas de saúde e da UPA do Tatuquara, implantação e revitalização de 19 áreas de lazer, ampliação de terminais, de estações-tubo, desalinhamento de estações-tubo.

Por função
A LOA também detalha os gastos do orçamento por área:

Saúde – 21,37% do orçamento em 2026
Educação – 19,63%
Previdência Social – 14,95%
Urbanismo – 14,43%
Administração – 7,60%
Os aportes do Regime Próprio da Previdência Social devem somar R$ 738 milhões. O pagamento de precatórios deve totalizar R$ 202,19 milhões.

As despesas de pessoal devem ficar em 45,11% da receita corrente líquida. Os gastos com saúde em 19,55% do orçamento e com educação em 26,05% – em ambos os casos acima dos limites constitucionais, de 15% e 25% respectivamente.

Fala Curitiba
No orçamento de 2026 foram incluídas as 100 ações mais votadas pelo portal Fala Curitiba elencou as principais prioridades da população.

Saúde, meio ambiente, segurança, educação e obras públicas são as áreas com mais pedidos solicitados.

Entre março e junho, mais de 50 mil sugestões foram recebidas pelos diferentes canais do Fala Curitiba, com a participação de 18,7 mil moradores.

Audiência Pública
Os detalhes da LOA 2026 também foram apresentados à população na noite desta quarta-feira (24/9) no Memorial de Curitiba, no centro histórico da capital, pelo diretor de orçamento da secretaria de Planejamento, Finanças e Orçamento, Carlos Kukolj.

Na audiência pública, também foi divulgado o Plano Plurianual 2026-2029 e os resultados do Fala Curitiba pela diretora de Planejamento, Pesquisa e Inovação do Instituto Municipal de Administração (Imap), Adriane Santos.