
O Paraná é um dos principais produtores florestais do Brasil, liderando a produção nacional de produtos como madeira em tora, erva-mate e pinhão e sendo ainda um dos principais produtores de lenha do país. É o que revela a Pesquisa da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), divulgada nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme o levantamento, o valor da produção florestal paranaense teve crescimento de 20,7% em 2024 na comparação com 2023, alcançando o valor recorde de R$ 6,9 bilhões. Com isso, o estado responde por 15,6% da produção brasileira, atrás apenas de Minas Gerais (19,4%) e logo a frente de São Paulo (12,9%). A soma dos três estados representa praticamente metade do que é produzido nacionalmente, com 48%. As demais Unidades da Federação somam 52%.
No caso do Paraná, a silvicultura responde por 91,65% (R$ 6,34 bilhões) e a extração vegetal, por 8,35% (R$ 577 milhões). Desde 2019, inclusive, o valor da silvicultura no estado cresceu 95%. Ou seja, praticamente dobrou, seguindo uma tendência nacional, como aponta o gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes.
“Quando a gente compara a produção de 2019 com a produção de 2024, a gente tem um crescimento de 140% [da silvicultura no Brasil], impulsionado pelos avanços tecnológicos e pelo valor da celulose. O preço da celulose tem estado alto e isso incentiva os produtores a investir tanto em tecnologia quanto no aumento da área plantada”, destaca.
Ainda segundo o pesquisador, entre os produtos madeireiros da silvicultura houve registro de crescimento do valor da produção em todos os grupos, sendo mais acentuado na madeira destinada à fabricação de papel e celulose, que aumentou 28%. O valor da produção da madeira em tora para outras finalidades cresceu 18%; do carvão vegetal subiu 6,3%; e da lenha alcançou 7%.
Os principais destaques da produção paranaense
De acordo com o IBGE, o Paraná foi em 2024 o maior produtor de lenha, madeira em tora, erva-mate e pinhão de todo o país.
A produção de lenha, por exemplo, somou 13,99 metros cúbicos, com um valor de quase R$ 950 milhões. A produção de lenha de eucalipto é o maior destaque (12,3 milhões de m³), respondendo por R$ 824,7 milhões do valor produzido.
No caso da madeira em tora, a produção de 38,56 milhões de metros cúbicos rendeu um valor de R$ 5,2 bilhões, o equivalente a 82,9% do valor total da produção de silvicultura do estado. O Paraná é o terceiro maior produtor de madeira em tora para papel e celulose e o maior produtos do país de madeira em tora para outras finalidades.
Já na extração vegetal, os destaques paranaenses são a erva-mate e o pinhão. Em 2024, 323,7 mil toneladas de erva-mate, o equivalente a 85,8% de todo o país. O valor da produção, por sua vez, foi de R$ 449,85 milhões. E, finalmente, no caso do pinhão, a produção foi de 4.780 toneladas, bem a frente do produzido por Santa Catarina (3.706 toneladas) e Minas Gerais (3.268). O valor dessa produção, por sua vez, ficou em R$ 35,18 milhões.
General Carneiro é o município de maior valor de produção na silvicultura
O município de General Carneiro, na região sul do Paraná, manteve a liderança no ranking de valor da produção da silvicultura. Com crescimento de 10,3% entre 2023 e 2024, o município viu sua produção alcançar um valor total de R$ 637,2 milhões. A cidade é grande produtora de madeira em tora para outras finalidades e aumentou o volume de produção em 6,3%, gerando um incremento de 11,7% no valor de produção, que atingiu R$ 420,6 milhões. Quanto à madeira em tora para papel e celulose, ocorreu redução de 1,7%. O carvão vegetal e a lenha apresentaram crescimentos de 15,0% na quantidade produzida.
Já no extrativismo, o principal destaque paranaense é o município de São Mateus do Sul, no sudeste paranaense. Por lá, o valor da produção chega a R$ 117,8 milhões. É o oitavo maior montante de todo o país, num ranking liderado por seis municípios paraenses. O Pará, inclusive, é o único estado brasileiro onde o tipo de exploração predominante é o extrativismo vegetal. Em São Mateus do Sul, no entanto, os destaques são as produções de erva-mate (65 mil toneladas ou R$ 117 milhões), pinhão (90 toneladas ou R$ 720 mil) e madeira em tora (450 m³ ou R$ 62 mil).