O Estado do Paraná é responsável por 90% das plantas medicinais cultivadas no país. O número é significativo, pois esse cultivo evita o extrativismo predatório, ou seja, a coleta desenfreada das plantas diretamente da natureza.


A produção de plantas medicinais, aromáticas e condimentais é uma atividade em expansão, que se adequa à agricultura familiar além de gerar empregos, já que exige grande quantidade de mão de obra.


A evolução do cultivo dessas espécies no Paraná começou na década de 80, devido à exigência de mais qualidade, melhores preços e também pelas características específicas do solo e do clima da região.


Outro fator que contribuiu para o desenvolvimento da produção no Estado foi o estímulo ao cultivo dessas plantas, que é viabilizado pelo Emater. O Instituto implantou o modelo de assistência do cultivo de plantas medicinais, auxiliando na construção e elaboração de projetos.


“Atualmente é importante perceber que esse é um novo segmento agroindustrial que cresce junto com a demanda. Há uma tendência natural das pessoas evitarem a ingestão de drogas”, ressaltou o engenheiro agrônomo do Emater e doutor em plantas medicinais Cirino Corrêa Júnior, em palestra realizada durante o Seminário de Agronegócio, na Expo Imin 100 Londrina.


Quanto ao consumo brasileiro das plantas, Corrêa Júnior destacou que o Brasil além de ser um grande consumidor possui a maior diversidade do mundo, com 55 mil espécies consideradas superiores e 3 mil medicinais-aromáticas.


Os recursos, que são retirados através das plantas, estão presentes nos alimentos como especiarias, condimentos e chás, além de utilizadas como óleos essenciais, divididos em aromatizantes e fragrâncias, na indústria farmacêutica, através da fitoterapia e extração/purificação de substâncias, e outros usos, como em cosméticos, bebidas e domissanitários (produtos de limpeza).


Desde a antigüidade, as plantas medicinais eram utilizadas para o tratamento de doenças e atualmente essa é uma exigência das pessoas que procuram maior qualidade de vida.


Os produtos originários dessas plantas são isentos de agroquímicos e passaram a ocupar um espaço significativo na indústria terapêutica, especialmente após pesquisas realizadas, que identificaram os princípios ativos dessas.


Além disso, as contra-indicações e os efeitos colaterais resultantes do uso de medicamentos podem ser evitados através da utilização das plantas medicinais.