
O Índice de Preços Regional Alimentos e Bebidas (IPR-Alimentos e Bebidas), divulgado nesta segunda (10) pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) mostra que o preço de alimentos e bebidas subiu muito nos últimos 12 meses. O quilo da batata-inglesa, por exemplo, estava 92,68% mais caro em maio último na comparação com junho do ano passado. No mesmo período, o quilo da cebola ficou 83,4% mais caro e o do alho subiu 50,08%. Por outro lado, a banana-caturra ficou mais barata (o valor pago pelo quilo da fruta teve redução de 23,28%), bem como o pacote de margarina (-13,81%) e o de óleo de soja (-13,07%).
De acordo com o Ipardes, somente na Capital o preço dos alimentos e bebidas teve alta de 0,85% em maio (sendo que em abril, sempre na comparação com o mês imediatamente anterior, a variação já havia sido de +1%). No ano (janeiro a maio de 2024), a alta acumulada é de 5,04%. Já nos últimos 12 meses (junho de 2023 a maio de 2024), esse aumento foi de 2,43%.
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O sobe e desce dos preços
Entre os produtos que mais subiram de preço nos últimos 12 meses estão a batata-inglesa (+92,68%), a cebola (+83,4%), o alho (+50,08%), a laranja pera (+46,77%), o arroz branco (+32,68%), a maçã (+32,44%), o peito de frango (+14,09%), o tomate (+10,17%), o refrigerante de cola (+7,49%) e o alface (+5,52%).
Por outro lado, os itens que registraram as maiores quedas de preço no mesmo período foram a banana-caturra (-23,28%), margarina (-13,81%), o óleo de soja (-13,07%), a farinha de trigo (-12,93%), o contrafilé (-11,32%), a bisteca suína (-8,71%), o ovo de galinha (-7,48%), o queijo muçarela (-7,17%), a coxa e sobrecoxa (-5,70%) e o feijão carioca (-5,15%).
No Paraná, preços subiram quase 4% no último ano
Já em todo o Paraná (considerando os resultados de Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá e Ponta Grossa, além da Capital), o levantamento do Ipardes anotou que os preços tiveram elevação de 1,03% em maio, ante uma alta de 0,56% que já havia sido anotada em abril. Em 2024, os preços já subiram, em média, 5,39%. Já nos últimos 12 meses, essa alta foi de 3,69%, sendo que a maior variação foi anotada em Cascavel (4,54%), seguido por Foz do Iguaçu (4,45%), Ponta Grossa e Londrina (3,61%), Maringá (3,46%) e Curitiba (2,43%).
Os produtos com maiores variações acumuladas nos últimos 12 meses foram a cebola, a batata-inglesa e a laranja-pera, com acréscimo de 85,23%, 77,65% e 54,03%, respectivamente. Em contrapartida, as quedas mais relevantes ocorreram em banana-caturra (-19,33%), margarina (-13,56%) e farinha de trigo (-12,80%).
“Aumentos em cebola, batata-inglesa e laranja-pera são reflexos de quebras de safras anteriores, aliadas às questões climáticas e também a uma baixa produtividade”, disse Marcelo Antônio, diretor de Estatística do Ipardes.
Batata fica quase 30% mais cara em um mês
Analisando-se os dados mensais, verifica-se que em todo o Paraná os produtos (alimentos e bebidas) com as maiores variações negativas foram a banana-caturra (-22,10%), o feijão preto (-12,19%) e o feijão carioca (-11,48%). Segundo Marcelo Antônio, a ueda nesses itens resulta das condições de produtividade satisfatórias que favoreceram uma maior disponibilidade desses produtos nos supermercados.
Pelo lado das altas, no mês de maio foram registrados incrementos na batata-inglesa (29,49%), no leite integral (7,12%) e na maçã (4,88%). “Contribuíram para o comportamento desses preços a transição de safras da batata, menor captação de leite pelas unidades produtoras e o fim da colheita da maçã. Tudo isso colaborou para uma oferta reduzida desses produtos ao consumidor, ocasionando esses reajustes”, disse.
Os municípios que registraram maiores aumentos da batata-inglesa foram Curitiba (37,99%), Maringá (36,91%), Ponta Grossa (28,24%), Cascavel (26,13%), Foz do Iguaçu (25,39%) e Londrina (23,02%).
Sobre o indicador
Lançado em 15 de dezembro de 2022, o IPR utiliza os registros fiscais da Receita Estadual do Paraná. O Ipardes faz uma média de 382 mil registros de notas fiscais eletrônicas ao mês emitidas em 366 estabelecimentos comerciais de diferentes portes localizados em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu.
Os 35 produtos avaliados foram definidos a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o Paraná e representam cerca de 65% das compras de alimentos e bebidas dos paranaenses. O Instituto também trabalhou a série histórica de preços desde 2020, que permite analisar a flutuação no preço de alimentos e bebidas nos últimos dois anos no Estado.
Com a análise detalhada dos índices pelo Ipardes, as maiores cidades do Paraná têm condições de saber exatamente o comportamento dos preços dos alimentos, que possui um reflexo relevante na vida dos cidadãos. Os dados são importantes, por exemplo, para a elaboração de políticas públicas regionais e estaduais mais direcionadas em função da situação inflacionária de cada cidade.
Produtos que mais subiram de preço em Curitiba nos últimos 12 meses
Batata-inglesa (kg): 92,68%
Cebola (kg): 83,40%
Alho (kg): 50,08%
Laranja pera (kg): 46,77%
Arroz branco (5kg): 32,86%
Maçã (kg): 32,44%
Peito de frango (kg): 14,09%
Tomate (kg): 10,17%
Refrigerante de cola (2 litros): 7,49%
Alface (unidade): 5,52%
Produtos que mais “baratearam” em Curitiba nos últimos 12 meses
Banana-caturra (kg): -23,28%
Margarina (500g): -13,81%
Óleo de soja (900ml): -13,07%
Farinha de trigo (kg): -12,93%
Contrafilé (kg): -11,32%
Bisteca suína (kg): -8,71%
Ovo de galinha (dúzia): -7,48%
Queijo muçarela (kg): -7,17%
Coxa e sobrecoxa (kg): -5,70%
Feijão carioca (kg): -5,15%