Os preços dos combustíveis nas placas dos postos de Curitiba já começam a se movimentar para o alto. Por conta da entressafra da cana de açúcar, o preço médio do litro do álcool hidratado já subiu 2,36%, no último mês. Passou de R$ 1,371, na semana de 21 a 27 de outubro, para R$ 1,404, na semana de 11 a 17 de novembro, segundo os dados da última pesquisa da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Como à gasolina é adicionado 25% de ácool anidro, o preço médio do litro da gasolina também subiu: 0,32%. No período, passou de R$ 2,465 para R$ 2.473.
A má notícia é que estes aumentos não passam nem próximos dos reajustes ocorridos nas distribuidoras, conforme dados do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais do Estado do Paraná (Sindicombustíveis). “Só no mês de novembro o aumento do litro do álcool hidratado para os postos foi de 27,6% e para o álcool anidro, de 26,34%”, contabiliza o presidente do sindicato, Roberto Fregonese.
Os porcentuais representam um aumento de R$ 0,24 centavos por litro nos custos do revendedor, no caso do álcool hidratado, e de R$ 0,08, no litro da gasolina. “O mercado ainda não fez o repasse destes custos, mas não acredito que seja possível segurar estes custos por muito tempo”, declara. “A questão é saber se o mercado de Curitiba irá conseguir absorver este aumento”, diz.
Fregonese ressalta ainda temer maiores altas. Ele recorda que no ano passado, o preço do álcool chegou a ir a R$ 1,80 para o consumidor e a R$ 1,20 para o revendedor. “O mercado produtor de álcool ainda está fazendo as contas”, pontua.
Na distribuidora, o preço médio do litro do álcool, sem impostos, ontem estava em de R$ 0,90, segundo Fregonese. Há 45 dias, esse valor era de R$ 0,60. O sindicalista conta que o valor do álcool vai a R$ 1,3993 para o dono do posto, por conta dos impostos e encargos.
Brasil — Na média nacional, os repasses foram de 3,38% na semana passada, para R$ 1,374 por litro, segundo o levantamento da ANP. A tendência é de manutenção da curva de alta, uma vez que a cotação do produto nas usinas de São Paulo já chega perto dos 30% desde a mínima do ano.
O mercado paulista costuma sentir mais rapidamente as variações de preços do etanol, devido à proximidade com as usinas e à alta rotatividade dos estoques locais. O preço médio do combustível naquele estado ficou em R$ 1,168 por litro na semana passada, informa a pesquisa semanal de preços da ANP, divulgada ontem. Há um mês, o litro do álcool hidratado saía a R$ 1,076, em média, nos postos daquele Estado.
O movimento de alta é normal nesta época do ano e só é revertido com o início da colheita de cana-de-açúcar, em maio do ano seguinte. Na segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Nelson Hubner, afirmou que o governo não vai intervir no preço do combustível este ano. Ele lembrou que o mercado pode ser regulado pelo próprio consumidor, que vai escolher o combustível mais barato na hora de abastecer.
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