Edifício-Sede do Banco Central em Brasília
Edifício-Sede do Banco Central em Brasília (Marcello Casal Jr/ABr)

A redução da taxa de juros brasileira em meio ponto, anunciada na quarta-feira (1°), divide opiniões.

A redução na taxa básica de juros (Selic) de 12,75% para 12,25%, conforme anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, foi vista pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) como uma medida positiva. Essa redução é considerada importante para o setor imobiliário e o acesso à moradia, uma vez que os juros altos podem impactar negativamente o custo dos financiamentos e, consequentemente, o acesso à habitação.

Já para a Força Sindical, a “queda foi tímida e insuficiente”. “A Força Sindical considera extremamente tímida a queda de apenas 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros. Os juros, vale ressaltar, continuam em patamares proibitivos. A taxa que agora é de 12,25% ainda inibe o consumo, trava o crédito e a geração de empregos. É uma queda insuficiente!”, disse em nota a central.

A decisão do Conselho de Política Monetária foi considerada ponderada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), mas na percepção da entidade, a incerteza fiscal e no cenário externo preocupa.
 
Até setembro, o déficit do governo brasileiro atingiu R$ 94 bilhões, excluindo os juros. Mesmo com a Lei Orçamentária permitindo um déficit de R$ 228 bilhões, a expectativa era de que o governo não passasse dos R$ 100 bilhões. Além disso, a previsão era de zerar o déficit em 2024, dentro do contingenciamento do arcabouço, mas ainda faltam R$ 168 bilhões em receitas adicionais para atingir essa meta.
 
No entendimento da Federação, o governo precisa dar sinais mais claros de seu compromisso fiscal.